Rodrigo Vieira   |   03/07/2020 10:15   |   Atualizada em 03/07/2020 10:50

Azul vende sua participação acionária na Tap

Aérea brasileira tinha participação indireta na companhia aérea portuguesa, que será estatizada


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A Azul vendeu sua participação indireta de 6% na Tap Air Portugal por aproximadamente R$ 65 milhões. O acordo, anunciado nesta sexta-feira (3) inclui a eliminação do direito de conversão do dos bônus sêniores detidos pela companhia de 90 milhões de euros, com vencimento em 2026.

Além disso, informa a companhia brasileira que todas as demais condições contratuais dos bônus seniores serão mantidas, incluindo o status de credor sênior, taxa de juro anual de 7,5% e o direito à constituição das garantias previstas nos respetivos termos e condições, como o programa de fidelidade da Tap. O valor de face mais juros acumulados do título é de aproximadamente R$ 680 milhões. A transação permanece sujeita às aprovações corporativas exigidas pela Azul, inclusive dos acionistas em assembleia geral extraordinária.

“Como muitas outras companhias aéreas em todo o mundo, a Tap foi severamente impactada pela crise da pandemia de covid-19. Com a ajuda fornecida pelo governo português, seremos capazes de garantir a continuação da Tap, e também manter a integridade de nosso investimento”, disse John Rodgerson, CEO da Azul.

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DAVID NEELEMAN FORA DA TAP

A venda das ações indiretas da Azul se dá em um momento de reestatização da companhia aérea de Portugal. O governo do país europeu chegou a um acordo com acionistas e subiu sua participação no capital da Tap de 50% para 72,5%. Dentre os acionistas, o fundador e presidente da Azul, David Neeleman, que fechou tal negócio há cinco anos.

Com o negócio, Neeleman deixa de ser acionista da Tap e o empresário empresário português Humberto Pedrosa, parceiro de Neeleman no consórcio Atlantic Gateway, fica com 22,5%. Os 5% restantes são de posse dos funcionários da Tap.

O governo português, novamente com participação majoritária na transportadora, fica com 72,5% dos direitos de voto e "dos direitos econômicos perfeitamente alinhados", como afirma o secretário de Estado do Tesouro de Portugal, Miguel Cruz.

*Atualizada às 10h46

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