Victor Fernandes   |   15/05/2023 10:18
Atualizada em 15/05/2023 10:26

Avianca desiste de integração com Viva Air

Decisão ocorre após nove meses de ter iniciado o processo de solicitação de incorporação

PANROTAS / Da Redação
Adrian Neuhauser, CEO da Avianca:
Adrian Neuhauser, CEO da Avianca: "Infelizmente as condições desta resolução impossibilitam o resgate da Viva"
A Avianca comunicou hoje (15) ao mercado a desistência do processo de integração com a low cost colombiana Viva Air. Após nove meses de ter iniciado o processo de solicitação de incorporação e de ter estudado detalhadamente a resolução 873 de 2023 da Aerocivil, a companhia aérea decidiu não seguir com o processo por colocar em risco a estabilidade da Avianca e do setor.

"A Avianca acreditou, com firmeza, durante meses, de que a integração era a melhor solução para responder à crise financeira da Viva e proteger consumidores, funcionários e conectividade aérea. No entanto, após estudar detalhadamente a resolução 873 de 2023 da Aerocivil e verificar que as condições impostas impossibilitam a recuperação da Viva e podem até afetar a estabilidade da Avianca, infelizmente a companhia foi obrigada a desistir da integração", comunicou.

Entre as "deficiências técnicas" da Resolução 873, a Avianca destacou:

  • Pouca flexibilidade regulatória para oferecer certeza sobre as condições de reativação das operações da Viva;
  • Falta de adequação das condições à realidade atual da Viva e ao tempo decorrido entre o início do processo, em 8 de agosto de 2022, e a data de uma decisão final. As condições exigem que a Avianca assuma obrigações, rotas e compromissos com níveis de serviço e preços que não correspondam às capacidades restantes da Viva após dois meses de suspensão das operações;
  • Apesar da disposição da Avianca de devolver mais de 75% dos slots da Viva em El Dorado – e mais de 72% dos slots da Viva em slots "premium" –, a autoridade exigiu a devolução de um número tão grande de slots que não permitiria que a Viva baseasse um único avião no principal aeroporto do país de forma eficiente. Isso tornaria a Viva economicamente inviável, e contradiz explicitamente outras condicionalidades que exigem que a Viva continue fornecendo conectividade nas rotas históricas, em que era a única operadora, e para proteger os passageiros afetados pela interrupção das operações da Viva, que segundo números oficiais ultrapassam 500 mil.

"Apesar desse resultado infeliz – em que outras companhias aéreas do mercado tiveram papel prejudicial, melhorando sua posição competitiva no mercado ao atrasar as decisões da autoridade – a intenção da Avianca é continuar sendo aliada dos colombianos, por isso buscará aumentar seu número de aeronaves para dar melhor conectividade às regiões, ao mesmo tempo em que implementa mecanismos para oferecer opções de trabalho aos funcionários da Viva. Dada a sua intenção de fazer este importante investimento, a Avianca pede respeitosamente a aplicação do Regulamento Aeronáutico Colombiano (RAC) de forma clara e justa a todos os operadores igualmente", afirmou a companhia em comunicado.

Adrian Neuhauser, presidente e CEO da Avianca, também se posicionou. "Infelizmente as condições desta resolução, que já é uma decisão final, impossibilitam o resgate da Viva, tornando-a não apenas inviável como companhia aérea, mas, se a integração ocorrer nas condições impostas pela Aerocivil, colocaria em risco a estabilidade da Avianca e a conectividade da Colômbia."

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