Da Redação   |   27/10/2019 15:55   |   Atualizada em 27/10/2019 16:06

Secretário acredita em revolução na aviação do Brasil

Secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, chegou a falar em revolução no setor durante o Alta Airline Leaders Forum, em Brasília


Tony Maciel
Ronei Glanzmann, secretário de aviação civil, ao lado de Luis Felipe de Oliveira e Pedro Heilbron, da Alta, e Eduardo Sanovicz, da Abear
Ronei Glanzmann, secretário de aviação civil, ao lado de Luis Felipe de Oliveira e Pedro Heilbron, da Alta, e Eduardo Sanovicz, da Abear
O tom otimista marca os discursos do Alta Airline Leaders Forum. A 16ª edição, que começou hoje em Brasília, tem o tema Competitividade da indústria no cenário atual, e o Secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, chegou a falar em revolução no setor.

De acordo com ele, o governo brasileiro tem políticas públicas ousadas para alcançar, em 2025, 200 milhões de passageiros transportados, quando hoje, a marca alcançada é de 100 milhões. "Vamos surpreender a nossa demanda e revolucionar. Já temos avanços importantes como a abertura do capital estrangeiro para as companhias brasileiras e acordos liberalizantes. Chegaremos em 200 cidades atendidas com o transporte aéreo regular. Hoje temos 130 e até o fim do ano, serão 150. O Brasil é um país continental e temos o dever de chegar à todo esse território", projetou.

Sobre os desafios, o secretário de Aviação Civil anunciou que o governo está fazendo a sexta rodada de concessões de aeroportos, e as privatizações deste ano já renderam R$ 17 bilhões em investimentos. "Entregaremos ainda em 2019 quatro grandes aeroportos: No dia 19 de novembro, será o de Florianópolis, depois virá Porto Alegre, que integram o País com o Mercosul. Ainda tem Salvador e Fortaleza. Este último tem se tornado um hub importante para entradas e saídas para a Europa", relacionou.

BRASIL BUSCA POR MAIS AÉREAS

Ronei Glanzmann ainda falou sobre a importância de manter os players que já atuam no Brasil, mas também na busca por novos. "Temos quatro companhias estrangeiras de low cost que já começaram a operar no Brasil, voando rotas internacionais. Estamos trabalhando para que as operações de tornem domésticas. Temos um grande espaço para crescimento. Nossos preços são compatíveis com o mercado internacional, mas temos condições de reduzir os valores e chegar a uma verdadeira revolução".

AVIAÇÃO CRESCE NO BRASIL, EMBORA MERCADO SEJA DESAFIADOR

Ao jornalistas estrangeiros, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, destacou os principais números recentes do setor aéreo e apresentou os principais desafios atuais. "Os anos de 2002 a 2015 foram marcantes e lançaram a aviação brasileira a novos patamares. Com o programa de liberdade tarifária aliado ao crescimento econômico, chegamos em 2014 para 2015 aos 100 milhões de passageiros. O valor médio do bilhete caiu de US$ 195 para US$ 90. Desde 2015, com a crise na economia, já começamos a registrar uma retomada, que nos leva a manter o foco nos nosso desafios", ponderou.

Para Sanovicz, a "mãe" de todas as batalhas é o querosene da aviação, que hoje representa um terço do custo da operação. "Um trabalho constante da iniciativa privada junto aos governos estaduais fez com que chegássemos a marca de redução do imposto sobre o combustível em 17 dos 27 Estados da federação", disse.

Segundo ele, o resultado mais recente é o de São Paulo, que baixou a alíquota de 25% para 12%. Isso já trouxe 490 novas partidas semanais em direção à 38 destinos de 21 estados. "Trocamos tributação por mais serviços. O mesmo aconteceu com Brasília em 2014, que também diminuiu de 25% para 12% e alcançou 290 partidas semanais".

O presidente da Abear também afirmou que a agenda seguirá com a mesma intensidade em 2020, abordando os custos do querosene, o formato de tributação, o ambiente regulatório e a continuidade do programa de concessão de aeroportos. "Seguiremos adiante com uma pauta importante que é a reformulação do Código de Aviação Civil, que sua atual versão foi feita há muitos anos, ainda na ditadura militar", finalizou.

Antonio Maciel, especial para o Portal PANROTAS

Tópicos relacionados