Juliana Monaco   |   25/03/2021 15:34   |   Atualizada em 25/03/2021 15:42

Delta e Emory mostram perspectivas para a aviação após vacinação

Participaram do evento virtual Luciano Macagno, da Delta, e Carlos Del Río, da Emory Healthcare


 Luciano Macagno (Delta) e Carlos Del Río (Emory Healthcare)
Luciano Macagno (Delta) e Carlos Del Río (Emory Healthcare)
Nesta quinta-feira (25), Luciano Macagno, diretor da Delta Air Lines para América Latina, Caribe e Sul da Flórida, e Carlos Del Río, assessor de doenças infecciosas da Delta, médico no Emory Healthcare e professor de Medicina na Emory University, participaram de um evento virtual para discutir as perspectivas para a indústria após a vacinação.

Atualmente, a Delta está operando em mais de 200 destinos nos Estados Unidos e 50 internacionais, retomando os voos para todos os países da malha pré-pandemia. “Sem dúvida, no último ano presenciamos o maior desafio da indústria em todo o mundo. Hoje, estou muito contente em ver que estamos no caminho para a recuperação total”, destacou Macagno.

Para o diretor geral, a recuperação se deve, especialmente, às medidas de higiene adotadas pela companhia, já que contribuem para reduzir o número de pessoas infectadas pela covid-19 e aumentar a confiança dos passageiros em relação à segurança dos voos. Em complemento, Del Río afirmou que o número de passageiros infectados diminuiu significativamente com os protocolos de segurança implementados pelas companhias aéreas e aeroportos.

“Antes desses protocolos, as pessoas tinham receio de viajar. Agora, sabemos que voar é seguro, mas o comportamento do passageiro é extremamente importante para que os protocolos sejam cumpridos. As pessoas precisam respeitar o distanciamento e o uso obrigatório de máscaras. Não é apenas a segurança dos passageiros que está em jogo, mas também de seus familiares. Viver desse modo é possível, simplesmente é preciso se adaptar”, ressaltou Del Río.

REALIDADE PÓS-VACINA

Apesar de muitos países já estarem em um processo avançado de vacinação, os cuidados continuam sendo necessários em todas as esferas. De acordo com o médico da Emory e assessor da Delta, as mudanças em relação às precauções não serão imediatas, principalmente no Turismo, já que exercem um papel de reforço à segurança. Nos próximos meses, muitos países devem continuar exigindo o teste negativo de covid-19 para a entrada de turistas, além de adotar a exigência do passaporte de vacinação.

Del Río também afirmou que todas as vacinas são boas e seguras, independentemente da marca. “O que aprendemos durante a pandemia é que a ciência pode nos salvar. Existem muitas vacinas que estão sendo utilizadas ao redor do mundo, e todas são similares. Então não é preciso esperar determinada vacina para se imunizar. A melhor vacina é a que está disponível hoje”.

Para que a pandemia acabe, o acesso aos imunizantes deve ser universal, segundo o médico da Emory. “O que me preocupa é que alguns países estão muito atrasados nesse processo. O acesso a vacinas não deve ser exclusivo para os países com recursos, até porque a pandemia não vai acabar até que todos estejam vacinados”, ressaltou.

RECUPERAÇÃO DO MERCADO

De acordo com o diretor geral da Delta, a recuperação surge como um efeito do compromisso da companhia com a saúde dos clientes e colaboradores. “Temos visto uma recuperação mais acelerada das viagens familiares e a lazer. Esperamos uma recuperação total a partir do fim do ano por estar relacionada ao processo de vacinação dos mercados, mas já estamos no caminho”, disse Macagno.

Apesar de otimista, Del Río demonstra cautela no que se refere à recuperação do mercado. “A recuperação econômica depende da recuperação da saúde, não é uma ou outra. Precisamos priorizar a saúde dos passageiros para recuperarmos a indústria. Podemos ter um controle maior da pandemia com as vacinas, mas não temos um bom comportamento humano. Acredito que a transmissão do vírus vai continuar por causa do comportamento das pessoas, mas o número de mortes será reduzido em razão das vacinas. Essa pandemia vai acabar, mas o momento dependerá apenas dos governos e das pessoas”, explicou.

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