Filip Calixto   |   25/03/2020 10:15

Covid-19 derruba movimento de terminais rodoviários em SP

Principais terminais rodoviários da capital paulista tem sentido diretamente as consequências da pandemia.

Principais terminais rodoviários da capital paulista, Bara Funda, Jabaquara e - o maior da América do Sul - Tietê tem sentido diretamente as consequências da expansão do novo coronavírus no Brasil. Dados analisados pelo Centro de Inteligência e Economia do Turismo (CIET), da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, mostram que, nos três complexos a movimentação caiu consideravelmente.

Annie Spratt | Divulgação Usnpleash
Dados são do Centro de Inteligência e Economia do Turismo (CIET)
Dados são do Centro de Inteligência e Economia do Turismo (CIET)
No Terminal Jabaquara, o de menor movimento, que atende o litoral Sul, registrou ontem (23) queda de 77% no número partidas (ônibus saindo) e 91% no número de passageiros. Foram nove dias consecutivos de operação abaixo da observada no mesmo período de 2019, com o abismo só aumentando: de 43% menos passageiros no dia 15, para 93% menos no dia 22.

No Terminal Barra Funda, que atende as cidades do Oeste Paulista, a situação não é melhor e a queda contínua no número de passageiros começou um dia antes: menos 1% no dia 14, menos 84% ontem, com o pico negativo de 86% no domingo, 22. O total de partidas também vem diminuindo a cada dia, sendo que nesta segunda-feira foram menos 73%, no dia mais negativo do ano.

No Terminal Tietê, toda a segunda quinzena de março está no vermelho. O movimento foi de menos 15% de partidas e menos 32% de passageiros no dia 15, para menos 76% de partidas e menos 88% de passageiros ontem, dia 23. Seria o mesmo que um ônibus de 42 lugares sair com apenas cinco ocupados. Essa queda é mais sintomática no Tietê, já que do terminal partem os ônibus para as viagens mais distantes, como as cidades do Sul, do Nordeste, e até internacionais, como para Santiago do Chile.

"O mesmo fenômeno que começa a ser verificado nos aeroportos já está acontecendo de forma ainda mais rápida nos terminais rodoviários, por serem viagens que não são compradas ou programadas com tanta antecedência", lembra o secretário de Turismo do estado de São Paulo, Vinicius Lummetz. "Nos aeroportos, a queda acontece, porém, de forma mais lenta, já que muita gente simplesmente ainda precisa pegar avião", complementa.

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