Larissa Faria   |   10/05/2019 11:48

Após F1, RJ leva Paulo Senise à presidência da Embratur

Paulo Senise, nomeado como novo presidente da Embratur, comenta metas, dificuldades e objetivos para atuar no órgão


Divulgação
O novo presidente da Embratur, Paulo Senise
O novo presidente da Embratur, Paulo Senise


Ontem (9), o presidente Jair Bolsonaro nomeou Paulo Senise como o novo presidente da Embratur. Ele assume o cargo após a saída de Teté Bezerra e do interino Leônidas José de Oliveira. O convite foi feito após uma lista de nomes criada pelo setor privado do Rio de Janeiro — as entidades cariocas apresentaram as sugestões para o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. A cidade está se destacando e se beneficiando cada vez mais, com as boas taxas de ocupação e a volta do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.


Senise, que trabalha há mais de 40 anos no trade, em especial no mercado carioca e na promoção internacional, assume a Embratur “com entusiasmo em um momento muito favorável ao Turismo no Brasil”. Entre as quatro décadas no Turismo, o novo presidente da Embratur atuou em órgãos como o Rio Convention & Visitors Bureau, TurisRio e nos grupos hoteleiros Sheraton e Intercontinental.


DIFICULDADES

O novo presidente da Embratur terá que lidar, por exemplo, com desafios como a imagem atual do Brasil para os estrangeiros, incluindo problemas de segurança, instabilidade econômica e política. “Com uma campanha de comunicação bem desenhada, especialmente a digital, que tem baixo custo, vamos corrigir facilmente essa questão. É claro que torcemos muito também para que as situações de segurança se resolvam”, afirma Senise.


Ele considera que o orçamento necessário para o órgão está no topo da lista de prioridades do ministro do Turismo. “O meu grande desafio ao entrar na Embratur é lidar com a dificuldade orçamentária, pois isso atrapalha a promoção de programas e campanhas no exterior”, comenta. O executivo aponta que, apostar da abertura de 7 milhões de vagas de emprego no Turismo, diariamente 200 mil quartos de hotéis no País ficam vazios. Uma de suas metas seria reverter essa a taxa de ocupação.


Quanto aos planos de Jair Bolsonaro de transformar a Embratur em uma agência de promoção do Turismo brasileiro, Senise considera que é uma boa proposta, pois “quando uma nova regulamentação passa a controlar a agência, há mais liberdade de captar recursos e parcerias da iniciativa privada, o que seria uma solução para o orçamento”.


OBJETIVOS

Senise aponta que o objetivo principal do órgão é criar uma campanha de promoção para fortalecer a imagem do Turismo brasileiro a longo prazo, com uma divulgação que atraia os segmentos internacionais mais importantes. “Antes, havia somente o Turismo de lazer e negócios. Hoje, o mercado tem mais segmentos, como grupos, eventos, viagens jurídicas e médicas. E o Brasil tem potencial para se desenvolver nestes nichos”, comenta.


Para atrair os turistas além dos Estados que são porta de entrada no País, Rio de Janeiro e São Paulo, Senise espera que os Estados se unam em prol de campanhas para que os visitantes passem mais dias conhecendo diversas regiões do País. “O Brasil é muito grande, mas tem oferta de Turismo de Norte a Sul. Precisamos tornar as viagens mais práticas e, quem sabe, até mesmo econômicas, porque o custo é muito importante”, pontua. O alto custo citado por ele seria das passagens aéreas, apontando a ampliação da malha e a abertura de concorrências como formas de baixar o preço dos voos.


ISENÇÃO DE VISTOS
A presidência da república têm dado atenção a reivindicações antigas, segundo Senise. Um dos pedidos que foi considerado é a isenção do visto brasileiro para algumas nacionalidades. “O custo de emissão de um visto equivale a uma noite de hotel para um grupo no Brasil. Como há poucos consulados, a exigência do visto dificultava a captação de estrangeiros."

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