Filip Calixto   |   18/11/2021 16:01   |   Atualizada em 18/11/2021 16:02

Fórum Nacional de Hotelaria avalia momento e futuro do setor

Evento do Fohb voltou a ser realizado depois de um ano ausente do calendário

“O ano em que nada aconteceu e tudo mudou”. Com esse tema aconteceu hoje (18), até o início da tarde, a terceira edição do Fórum Nacional de Hotelaria, do Fohb. Realizado em modelo híbrido, com transmissão direto do Transamerica Expo Center, em São Paulo, o evento apresentou três palestras que destacaram a situação econômica atual do Brasil, a influência desse cenário na indústria de viagens e as projeções de recuperação da hotelaria para os próximos anos.

Evento organizado pelo Fohb aconteceu hoje (18) em formato híbrido
Evento organizado pelo Fohb aconteceu hoje (18) em formato híbrido
Os trabalhos foram abertos pelo presidente executivo do Fohb, Orlando de Souza, que classificou a realização do encontro como um renascimento e lembrou que em 2020 o evento teve de ser cancelado por conta da pandemia, fazendo assim um paralelo de como os hotéis brasileiros também foram afetados ao longo do ano passado.

ECONOMIA
Já na programação de palestras, quem começou foi o economista André Saconatto, sócio da Gouvêa Analytics e consultor na Fecomercio. O profissional fez uma apresentação da situação macroeconômica do País e comparou a situação do Brasil na atualidade com as realidades de China e Estados Unidos e ponderou a influência das condições dessas nações no nosso cenário.

No momento em que aprofundou a análise sobre o contexto brasileiro, Saconatt lembrou da revisão na projeção do PIB (Produto Interno Bruto), da previsão de inflação, que já superou os 9% em 2021 e dá insegurança para investidores que o um furo no teto de gastos pode trazer. “Temos um panorama econômico complicado pela frente”, projetou.

No âmbito do Turismo e da economia aplicada a ele, o economista chamou atenção para o impacto que a inflação pode ter na demanda doméstica por viagens. Na lógica do especialista, com os preços sendo reajustados para cima, o cidadão comum vai gastar mais dinheiro com gastos fixos como alimentação e moradia – que são afetados pelo crescimento inflacionário – e pode não conseguir planejar suas viagens com a mesma velocidade. Outra questão ligada ao horizonte econômico é o momento “proibitivo” do câmbio, com o real muito desvalorizado frente a outras moedas.

Ao mesmo tempo, a questão do câmbio pode ser a crucial para um movimento de chegada de estrangeiros por aqui. “Simultaneamente, essa cotação abre uma janela de oportunidades para estrangeiros virem ao Brasil. É um país muito barato que tem um processo de vacinação eficiente. Vai ficar muito atrativo”, pontuou.

HOTELINVEST
Pedro Cypriano, sócio diretor da HotelInvest, deu sequência às palestras pintando o cenário presente e futuro para a hotelaria. Apresentando dados inéditos coletados pela empresa que lidera e pelo Fohb, o palestrante argumentou dizendo que o preço da diária deve ser o ponto chave para a recuperação da hotelaria.

Segundo ele, com os índices de ocupação ainda em marcha lenta e a alta dos preços de insumos corroendo parte do lucro, o reajuste na tarifa pode ser fundamental para os hoteleiros.

Mesmo assim, ainda existem muitos motivos para se comemorar. Os números apontados pelo executivo mostram que, em setembro de 2021, 21 dos 26 principais mercados hoteleiros do Brasil estavam com ocupação acima de 50%. O índice pode ser enxergado como um indício de que a recuperação logo virá.

CASE VAREJISTA
Flávio Rocha, presidente do Conselho de Administração do Grupo Guararapes – que controla marcas como a Riachuelo –, encerrou o ciclo de palestras falando sobre o desenvolvimento e o momento do grupo que lidera.

O palestrante comparou o momento que vivemos, com a pandemia arrefecendo, e o momento do mundo no pós-guerra. De acordo com ele, os dois cenários são ambientes de risco para a evolução dos negócios e pontos cruciais para o desenvolvimento de novas ferramentas e modos de trabalhar e gerar riqueza.

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