Filip Calixto   |   15/12/2021 14:46   |   Atualizada em 15/12/2021 15:28

Alta de tarifas dos resorts ainda não compensa aumento de custos do Brasil

A Resorts Brasil inicia novo ciclo com evento realizado hoje

Presidente eleito da Resorts Brasil para o próximo biênio, Marcelo Picka Van Roey, sentou ao lado do seu antecessor e agora presidente do Conselho da associação, Sérgio Souza, para falar sobre o presente e futuro do mercado. Juntosy, em evento realizado hoje (15), em São Paulo, eles responderam perguntas sobre as dificuldades enfrentadas no último ano e meio, projetaram como deve ser o próximo ano para o nicho de resorts e formalizaram a passagem de bastão que modifica a cara da liderança da entidade.

PANROTAS / Emerson Souza
Marcelo Picka Van Roey, Ana Biselli Aidar e Sérgio Souza, da Resorts Brasil
Marcelo Picka Van Roey, Ana Biselli Aidar e Sérgio Souza, da Resorts Brasil
“A ideia é realizar uma gestão de continuidade, que permaneça trabalhando pela união, dialogando com os mais diferentes atores do mercado e respeitando a importância do estudo e das informações”, pontuou o presidente recém-eleito. De acordo com ele, é um dos deveres da associação seguir trabalhando para encontrar meios de ajudar os empreendimentos associados a superar barreiras e, ao mesmo tempo, manter o mercado informado a respeito do desempenho da atividade.

Sérgio Souza, que agora vai assumir a liderança do conselho, reafirmou que acredita na nova gestão e que vislumbra momentos mais positivos chegando em breve.

RECUPERAÇÃO A LONGO PRAZO
Os dois também ressaltaram que, embora os resorts comecem a receber altos índices de visitação novamente, ainda é muito cedo para projetar a chegada dos índices que existiam antes da pandemia. Tais níveis só devem ser alcançados em dois ou três anos, segundo projetam os líderes da associação.

“Ainda estamos muito distantes de conseguir a rentabilidade que tínhamos”, reforçou Souza.

A avaliação do gestor leva em consideração não somente os números de ocupação, que no terceiro trimestre já empataram com 2019, mas também leva em conta o contexto de alta nos custos e incerteza na aparição de novas variantes da covid-19 e baixa na procura.

“Temos sofrido com custos maiores de operação, dificuldade na contratação de mão de obra especializada e com a vulnerabilidade da situação da pandemia”, enumerou Van Roey. De acordo com ele, atualmente é necessário que o gestor de resort invente oportunidades para melhorar sua margem de ganho, já que a inflação tem comprometido o orçamento e o planejamento de viagens do consumidor tem mudado muito rapidamente.

“Do ano passado até aqui fizemos alguns levantamentos no resort [Van Roey gerencia o Grande Hotel Senac Águas de São Pedro, no interior paulista] com os itens e insumos que mais utilizamos ao longo desse tempo para saber quanto a inflação tinha influenciado nos preços. Concluímos que a média de alta no preço desses produtos e serviços cresceu 95% em um ano. Ou seja, nosso custo tem crescido consideravelmente e não conseguimos repassar na integralidade para o viajante”, revela o executivo.

“Por mais que a gente arrume alternativas, ainda temos que criar equações para que a conta nua fique tão desproporcional”, acrescentou o novo presidente da associação. Essa é uma das contas que faz a associação acreditar que a recuperação ainda leva um tempo para acontecer.

O EVENTO
O pronunciamento dos dois gestores encerrou o evento do dia da Resorts Brasil e serviu também para o lançamento de relatório Radar Resorts Brasil, que sairá trimestralmente e mostra a performance desses meios de hospedagem.

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