Filip Calixto   |   21/05/2021 09:05 Atualizada em 21/05/2021 09:36

Festa no Copacabana Palace gera multa somente ao hotel

Organizadores do evento no Copacabana Palace não forma responsabilizados


Divulgação/Belmond Copacabana Palace
Hotel teve a estrutura de ventos interditada por dez dias e multa de R$ 15 mil decretada
Hotel teve a estrutura de ventos interditada por dez dias e multa de R$ 15 mil decretada
A realização de uma festa na última sexta-feira (14) resultou na emissão de multa da prefeitura do Rio de Janeiro ao hotel Copacabana Palace. A autuação, superior a R$ 15 mil, veio acompanhada da interdição do espaço de eventos do hotel por dez dias e foi determinada sob o argumento de que o meio de hospedagem cometeu “infração sanitária gravíssima”.

A festa que redundou em multa já teve revelada a presença de aproximadamente 500 pessoas e a promoção de shows com aglomeração, mas ainda deixa dúvida sobre as responsabilidades e a respeito da maneira como deve ser feita a fiscalização dessas ocasiões, em um contexto em que a pandemia ainda é grave no País.

Na nota em que comunica a punição ao hotel de luxo, a Secretaria de Ordem Pública do Rio de Janeiro lembra que mandou uma equipe de fiscalização ao local mas só notou as irregularidades no dia seguinte, depois de verificar vídeos do evento na internet. “Nas referidas imagens foi constatada aglomeração generalizada em frente a apresentação musical caracterizando pista de dança, os convidados não usavam máscara facial e não respeitavam o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os participantes. Na entrada do estabelecimento, as imagens também evidenciaram aglomeração em fila de espera e acesso desordenado ao local”, informa a pasta.

O argumento, entretanto, vale apenas para o hotel, que sediou o encontro e, por enquanto, não alcançou os promotores da festa. Questionada sobre a responsabilização única no caso, a Seop não explicou os critérios utilizados para determinar o direcionamento único da punição.

AVALIAÇÃO ASSOCIATIVA
Responsável por defender os interesses da hotelaria carioca, ABiH-RJ e HotéisRio também se posicionaram sobre o caso. Em nota conjunta, o presidente da HotéisRio e conselheiro da ABIH, Alfredo Lopes, afirma que as duas entidades têm trabalhado para fazer valer as medidas contra o coronavírus nos empreendimentos associados.

“Desde o início da pandemia, o HotéisRIO e a ABIH-RJ têm realizado um trabalho incansável de conscientização sobre as medidas de prevenção à covid-19 junto aos seus associados, e de interlocução com os órgãos públicos. A hotelaria foi protagonista na implementação de todos os protocolos sanitários, tanto na capital quanto no Estado do Rio. Nossa orientação para todos os associados, sem distinção, é que cumpram estritamente todas as medidas de segurança de prevenção à covid-19 e, assim, possam preservar a saúde de seus colaboradores e hóspedes”, reforça Lopes.

Outra liderança hoteleira, o presidente executivo do Fohb, Orlando de Souza, também preferiu não destacar a punição exclusiva ao hotel e falou sobre o esforço da associação em fortalecer a lista de protocolos para gerar confiança no hóspede novamente.

“Desde o início da pandemia, o Fohb empenhou-se, juntamente com outras entidades brasileiras da hotelaria, na criação e implantação de uma série de protocolos rígidos de biossegurança visando, justamente, a realização de eventos de forma totalmente segura para clientes, colaboradores e fornecedores. Entendendo que a situação em que vivemos é grave, inédita e excepcional, procuramos apoiar toda e qualquer iniciativa das autoridades federais, estaduais e municipais na manutenção da ordem e do bem estar comum. E, mesmo em situação de completa normalidade, conforme determinado na legislação, compete ao poder público liberar, fiscalizar e autuar, se necessário, o exercício de toda e qualquer atividade comercial”, afirma Souza.

O Copacabana Palace não respondeu o contato até a publicação da reportagem.

Tópicos relacionados