Rodrigo Vieira   |   09/04/2020 17:28   |   Atualizada em 14/04/2020 10:27

Como os destinos e produtos internacionais reagiram à crise

Seja de destinos, de cruzeiros, GSAs de aéreas, entre outros, empresas buscam meio de encarar a pandemia


Unsplash / Lara Far
Falamos de hotéis, consolidadoras, locadoras, receptivos, TMCs, agências e operadoras, mas há outros segmentos e profissionais da indústria sofrendo com esta crise causada pela pandemia do novo coronavírus. É o caso das representações. Seja de destinos, de cruzeiros, GSAs de companhias aéreas, entre outros, esses players prestam um papel protagonista em encurtar as distâncias e facilitar as relações comerciais com agências e operadoras.

O Portal PANROTAS perguntou a algumas das principais agências de representação comercial, divulgação e marketing do País como estão lidando com a situação vivida pelo setor, se clientes internacionais abriram mão de suas representações, se existe previsão de retomada e se há algum otimismo deles e de seus parceiros no meio de uma enxurrada de más notícias.

Confira a seguir as respostas de algumas das empresas e, caso queira mandar o posicionamento da sua, por favor envie a redacao@panrotas.com.br.

AVANT GARDE
A empresa de Sidney Alonso representa dezenas de DMCs em mais de 30 países. O diretor afirma não ter perdido nenhuma conta durante a crise, nem temporariamente. Sua previsão é de que os pedidos e orçamentos sejam retomados até setembro, mas voltar a faturar mesmo só no próximo ano.

"Não existe necessariamente um otimismo. A mensagem de todos é de paciência e obediência às restrições sanitárias", afirma Alonso, prevendo o doméstico como o favorito para a retomada em curto prazo. "No médio/longo prazo não creio, pois o volume de emissões de viagens de negócios vai pressionar os preços aéreos para cima."

AVIAREPS
Em franco crescimento, repleta de companhias aéreas e importantes destinos internacionais como Flórida e Portugal em seu portfólio de representação, a Aviareps teve algumas suspensões temporárias, de três meses, mas não perdeu nenhuma parceira.

De qualquer maneira, a empresa repassa ao Turismo brasileiro a mensagem de otimismo enviada pelos destinos e companhias dos quais defende os interesses no País. "A grande maioria acredita que a crise tem um prazo, mesmo indeterminado, e que uma vez que isso acabe o desejo das pessoas de viajar voltará mais forte do que nunca", aponta o diretor para América Latina, Marcelo Kaiser, que diz estar trabalhando da maneira que pode neste período sem viagens.

"É difícil prever uma data, mas com todos nossos clientes e stakeholders nos planejamos para todos os cenários, desde uma recuperação mais rápida até uma recuperação demorada, onde utilizaremos o período sem viagens para realizar diversas outras ações e nos planejar para ações com viagens e eventos no longo prazo."

A Aviareps é mais uma empresa que acredita no doméstico para o pontapé inicial da retomada, "pois provavelmente será uma evolução gradativa no transporte e Turismo, onde o doméstico será o primeiro passo da retomada, seguido pelas viagens regionais e, na sequência, o long-haul".

EXPERANTO LATIN AMERICA
Representante do Relais & Châteaux, do hotel galego A Quinta da Auga, do Excelência de Portugal e Heloise Choice, a Experanto não perdeu nenhuma de suas contas, mas está preparada para caso isso aconteça. É o que aponta o diretor Jean-Bruno Gillot.

"Tivemos que renegociar os fees de representação para os dois próximos meses, pelo fato de que não haverá vendas dos hotéis que representamos. A ideia dos clientes é mesmo não abandonar o mercado e continuar com um mínimo de presença até a situação se normalizar. A Experanto continua então promovendo de maneira virtual seus quatro clientes", afirma.

Embora todos seus clientes estejam preocupados com o futuro, o selo de hotéis independentes Relais & Châteaux é o que o encara com maior otimismo. "Isso se deve ao fato de os membros serem hotéis remotos e pequenos, o que, acreditam, será uma vantagem na retomada de viagens (apostam no fato que os viajantes, no início, não vão querer ir para grandes hotéis com muitas pessoas)", aponta.

De qualquer maneira, Gillot acredita que pode haver uma retomada já a partir de junho. "Os parceiros já consideram que o confinamento mundial vai durar até maio. Claramente temos todos um papel extremamente importante nessa crise e teremos de ser responsáveis no sentido de não querer acelerar muito o processo de retomada que não pode ser em muito curto prazo. Queremos acabar de vez com essa pandemia."

Gillot é mais um a acreditar no papel essencial que o doméstico terá na retomada. "Nos primeiros momentos as pessoas ainda terão certo receito em ficar muito longe de casa", conclui.

GVA
A representante de destinos como Mônaco, Noruega e Seychelles mantém todas suas contas durante esta crise. Mais do que isso, a GVA aponta que a mensagem enviada pelos seus clientes é de muito otimismo, embora não arrisquem uma data para a retomada. "Todos estão se cuidando e se preparando para o retorno. Estão positivos e enfatizando que tudo passará e assim estarão novamente recebendo os visitantes de braços abertos em um futuro próximo", afirma a CEO, Gisele Abrahão.

Para preencher a lacuna aos profissionais neste momento de quarentena, a GVA reforçou suas plataformas on-line e distribuição "de várias formas, com conteúdos relevantes e diversificados de todos os destinos que representamos", aponta Gisele.

Para ela, colocar todas as fichas no doméstico pode não ser uma aposta tão certeira assim. "Será um excelente momento para os destinos captarem mais demanda doméstica, mas também penso que somos, nós viajantes, todos com interesses diferentes e possibilidades bem diversificadas. Acredito piamente que haverá demanda para todos."

A CEO da GVA conclui com uma mensagem otimista. "Espero que todos, de sua melhor maneira, aproveitem o momento para entenderem e se engajarem com boas práticas: cooperar, 'desengessar', criar, agregar, multiplicar, e ter muita empatia por todos. Tudo vai dar certo e com muito aprendizado sairemos dessa."


IDEAS4BRAND
A empresa de Maria Camilla Alcorta perdeu a representação do receptivo norte-americano Pegasus Transportation, mas o diálogo com os diretores da empresa, que são brasileiros, aponta para a volta da parceria quando o novo coronavírus deixar de ser uma pandemia e uma crise global.

No entanto, a Ideas4Brand comemora a manutenção de outro importante cliente, o receptivo italiano Carrani Tours. Ainda que esteja baseada em um dos países mais atingidos durante a crise, a Carrani prevê a retomada de passageiros na Itália já nos meses de setembro e outubro.

"Apesar de tudo o que está acontecendo lá, a Carrani Tours em momento algum deixou de acreditar na retomada, seja em médio ou longo prazo, e inclusive segue investindo e apostando em nosso mercado, confiante no trabalho desenvolvido e nas importantes parcerias firmadas ao longo de muitos anos. Uma das provas disso é o investimento em médio e longo prazo em anúncios no Portal PANROTAS, o que demonstra confiança em nosso mercado", aponta Maria Camilla. "Estamos de braços abertos esperando por nossos parceiros assim que tudo passar", conclui.

Para a Ideas4Brand, o doméstico será mesmo o principal motor de retomada tanto no Brasil quanto na Itália.

IMAGINADORA
Veja na íntegra o comunicado da diretora da empresa, Ana Maria Donato:

"Acreditamos que este período único na humanidade é também oportunidade para ter tempo de se reinventar, desconstruir modelos engessados e desnatar o que sempre quisemos ou precisávamos fazer mas não tínhamos ou coragem ou não era prioridade.

Imaginadora é uma agência de marketing, comunicação e eventos. Tendo a promoção de destinos como uma de suas verticais mais importantes. Por isso, não paramos com nossas atividades mas concentramos ou direcionamos energias e atenção para outras frentes, compatíveis com o momento, como por exemplo as ações digitais.

Lançamos imediatamente uma websérie chamada “No Turismo Tudo É Passageiro” com temas que ensinam e orientam o trade de forma geral. E também com realização conjunta com a PANROTAS, estamos fazendo as lives semanais Check Point com curadoria qualificada. Apresentamos temas que são altamente relevantes agora, como linhas de crédito, direitos do consumidor e novas regras trabalhistas. É uma especie de evento virtual.

Mantemos nosso sólido portfólio de clientes internacionais, como destinos e empresas de Turismo, que estão conosco há anos, com velocidade reduzida mas ativos , presentes no digital e até fazendo treinamentos on-line.

Todos acreditam na força do Brasil e entendem que marcas que ficarem em silêncio ou fora do mercado neste período terão muita dificuldade para retomar.

Acreditamos em novos modelos de promoção de destinos e um novo comportamento do viajante. Nunca a força da comunicação, das ações de relações públicas tiveram tanta importância para fazer os motores voltarem a funcionar com força total. Sempre falamos de transformação digital. Mas a pandemia nos mostra que o caminho é a transformação humana . Imaginadora não parou de criar e já está se preparando para lançamento de novos produtos para o mercado profissional de Turismo.

Aprendemos a nos adaptar . E sugerimos para todos , que é hora de “ abraçar “ o seu cliente. Marcas “ afetivas” e criativas se sobressairão, serão mais lembradas."


INTERAMERICAN NETWORK
Uma das mais tradicionais representações do Turismo nacional, a Interamerican Network sente os impactos da crise. A norte-americana Simon Shopping Destinations destituiu seu departamento de Turismo e com isso rompeu contrato com todas as agências internacionais. Quem também tomou medida global e atingiu a Interamerican foi o Turismo de Las Vegas que, "devido à limitação de malha aérea cancelou contrato com todos os seus 14 escritórios internacionais, porém eles seguem comprometidos a vender o destino globalmente", aponta a Interamerican.

Apesar das perdas, a empresa dirigida por Danielle Roman acredita na importância da representação no combate à crise e no fortalecimento para quando a pandemia passar. "A potência da covid-19 pegou a todos de surpresa. Tanto nós como nossos clientes precisam neste momento reorganizar sua estratégia e definir prioridades para o atual cenário e pós-pandemia. O Brasil é um mercado de muita relevância para destinos no Caribe, Estados Unidos e Europa e, isto dito, no momento certo, acredito que teremos bons resultados", afirma Danielle.

"De uma maneira ou de outra todos os clientes nos pedem reports diários e/ou semanais visto que nosso olhar, experiência e conhecimento do mercado é essencial neste momento."

A empresa retransmitiu as mensagens de alguns de seus clientes:
IPW:
A maior feira de Turismo dos Estados Unidos segue trabalhando com um leque de opções para a edição de 2020, e o Brasil tem uma representatividade muito grande como buyer.

NYC & Company:
A cidade de Nova York ainda está em modo de gestão de crise e a NYC & Company focará na retomada do Turismo no momento oportuno. O foco agora, é em experiências virtuais e em ajudar os restaurantes locais com delivery e take out.

Anguilla Tourism Board:
Anguilla é uma ilha muito resiliente. Por estar na rota das grandes tempestades, estão acostumados a passar por privações. Por ser uma ilha remota, no momento conta apenas com dois casos do COVID 19 e muito atentos aos protocolos internacionais.

Choose Chicago:
Chicago por sua vez, também deseja que seus visitantes foquem em sua saúde e na segurança de seus familiares e neste meio tempo convida todos a compartilharem suas lembranças da cidade nas redes sociais tagueando @ChooseChicagoBR.

WTM Latin America:
A WTM Latin America entende que o momento, apesar de muito delicado, como todos sabem, mostra resiliência da indústria e de todos os profissionais do trade. Neste momento, seguem em contato permanente com seus expositores e parceiros, confiantes que os próximos meses serão um divisor de águas para ter um segundo semestre de aceleração e retomada. O programa Agente na Estrada será retomado em breve para que todos os agentes previamente inscritos possam se reorganizar para a tender a o evento em outubro.

St. Maarten Tourism Board:
St. Maarten e o resto do Caribe estão passando por tempos difíceis, mas estão se preparando e planejando a retomada para o Brasil. St. Maarten continua com planos de investir no Brasil e está apenas a esperando momento adequado para retornar.

Danielle Roman diz que enxerga a expectativa do setor em relação ao doméstico puxar a retomada, "mas o Turismo doméstico sempre foi muito caro e se o setor não se compor, os destinos nacionais vão perder uma grande oportunidade", afirma ela pregando união entre governo e stakeholders nacionais em uma grande campanha de retomada.

Por fim, ela acredita que a crise vai servir para ressaltar o trabalho do profissional como consultor de viagens. "A tendência de compra on-line no Turismo será revisitada, visto que segurança e apoio de contato em caso de emergência serão fatores essenciais para o turista a partir de agora."

ITMS
A ITMS manteve todas as contas durante essa crise. A principal delas é de Kissimmee, um dos principais destinos de brasileiros nos Estados Unidos. E a mensagem do diretor Luiz Moura e de seus clientes é de que devemos seguir as recomendações da OMS e autoridades locais. O executivo prevê lentidão na retomada do setor, mas acredita que as coisas só vão melhorar se cada um cuidar de si.

"A previsão é de pelo menos seis meses para tudo se estabelecer, mas retornaremos com as viagens e estamos dando todo o suporte para aqueles que precisam de nossa ajuda neste momento muito difícil para todos", afirma Moura. "O doméstico deve ser o motor da retomada, pois é muito difícil prever quando os diferentes países vão liberar suas fronteiras para receber os turistas novamente. Infelizmente o Turismo será um dos últimos segmentos a se recuperar desta pandemia provocada pela covid-19. Desejo a todos os parceiros e seus familiares que fiquem bem de saúde, pois é isso que importa neste momento. Que consigam mesmo com todas as dificuldades manter seus negócios para que passado este momento excepcional sigamos todos com nossas relações comerciais."

PIER 1

Perder clientes que nada... A Pier 1 trabalha com a possibilidade de expandir seu portfólio de produtos durante a crise. A principal mensagem da empresa dirigida por Thiago Vasconcelos é de que "todos, juntos, vamos conseguir atravessar essa situação".

"Neste momento ainda é muito difícil fazer qualquer previsão de retomada. Estamos reavaliando a situação a cada duas semanas. Esperamos que o doméstico seja o principal motor da retomada, pois desta maneira ajudaremos na recuperação de toda a cadeia de trabalho do nosso mercado interno, embora acredito que incentivos governamentais serão necessários para impulsionar a retomada".

A Pier 1 criou um canal exclusivo de comunicação no youtube, o My Cruise Concierge, para manter seus parceiros do trade informado sobre as companhias de cruzeiros no seu portfólio. Entre elas estão Seabourn, Crystal Cruises, Silversea, Seadream, Ponant, Vikings e Uniworld...


QUALITOURS
Também representantes de cruzeiros marítimos e fluviais de luxo, a Qualitours não perdeu clientes durante esta crise. "Pelo contrário, contam com nossa empresa na retomada de seus negócios", garante o diretor Ilya Hirsch. "Não há nenhuma suspensão nas representações. As empresas apenas nos solicitaram suspender momentaneamente os investimentos em Marketing e Vendas que habitualmente são negociados e autorizados no início de cada ano", pondera.

Para Hirsch, o momento exige dos agentes de viagens investimento em cancelamento, multas e reembolsos. "Não pararam para pensar no futuro pós-crise. Estamos prontos para, no momento certo, estimular a retomada dos negócios dando total apoio às ações dos agentes. A Qualitours sempre foi e está otimista na volta das vendas de cruzeiros para os destinos da vez. Ainda no terceiro e quarto trimestre do ano em curso, e certamente, para o Novo Ano de 2021", afirma o empresário.

Segundo ele, a Qualitours, que representa, entre outras empresas, a Ponant, AmaWaterways, Crystal e Paul Gauguin, já está negociando ações específicas no momento do início da baixa da curva de contaminação.

"As marítimas e operadoras fluviais lançarão promoções diversas para estimular os fiéis cruzeiristas ansiosos por embarcar em algum navio nos destinos do mundo. A retomada, aposta pessoal, deve acontecer a partir de julho e agosto", afirma Hirsch.

Ele ainda ressalta a importância das linhas de créditos previstas com juros baixos para capital de giro para as pequenas e médias agências de viagens e até para operadoras poderem passar incólumes pela crise.

"Não basta as fronteiras se abrirem, a aviação voltar a operar e hotéis se abrirem para novas reservas, sem que as empresas de distribuição estejam saudáveis. "Haverá, a meu ver, um período de transição para os costumeiros viajantes e cruzeiristas se sentirem seguros e confiantes para empreender uma nova viagem. Fica a pergunta se vão evitar os destinos que mais foram acometidos pelo coronavírus", afirma. "Precisamos de estímulo par a que as agências de viagens tomem ações proativas com seus clientes para uma decisão rápida de viajar usufruindo dos eventuais descontos, ofertas promocionais e outros benefícios de valor agregado."

R11 TRAVEL
Representante do Grupo Royal Caribbean International no Brasil, a empresa de Ricardo Amaral se mantém à frente de Celebrity, Azamara, Pullmantur e Royal Caribbean no País. Com todas as operações suspensas destas companhias, o momento da R11, tal como de sua principal parceira, é de entregar soluções que transmitam confiança aos clientes.

"As políticas adotadas pelo Grupo Royal neste momento desafiador transmitem essa confiabilidade e com certeza os manterão fiéis a companhia para navegarem em um futuro próximo", aponta a empresa, que mantém seu funcionamento normal, embora em home office.

"O Grupo Royal tem como prioridade número um a segurança e bem-estar de seus hóspedes e tripulação. Como resultado, as operações de todos os cruzeiros foram suspensas globalmente até 11 de maio de 2020. A previsão é retomar as operações em 12 de maio. Acreditamos que a retomada será iniciada pelas viagens de primeira necessidade, seguidas do Turismo doméstico e na sequência as viagens internacionais."

SG REPRESENTAÇÕES
Representante das operações internacionais das locadoras Hertz, Dollar e Thrifty, a SG Representações continua atuando com essas contas normalmente. A companhia, que acaba de anunciar a contratação do ex-United Airlines Guilherme Dal Secco para diretor de Vendas e Marketing, foca agora no cuidado dos colaboradores, mantendo o máximo possível em home office e acompanhando de perto os trabalhos administrativos/financeiros e comerciais.

"Reforçamos que neste momento estamos trabalhando para dar o melhor atendimento a todos os nossos clientes parceiros, agentes de viagens e operadores, incentivando que não cancelem suas reservas e sim remarquem, para mantermos o Turismo ativo. Nossas equipes, tanto operacional quanto comercial, continuam à disposição para prestar todo o suporte necessário neste momento difícil", aponta Dal Secco.

Ele acrescenta que a matriz da Hertz também está tomando todos os cuidados, desde a higienização dos veículos até assuntos que dizem respeito a taxa de cancelamento, flexibilidade para reservas, programa de fidelidade e pagamentos, além de ajudas humanitárias.

Em relação à retomada, "trabalhamos com locações internacionais, portanto temos a confiança que tanto o doméstico quanto o internacional serão os motores de retomada para o bem da economia mundial, causando impacto relevante no mercado brasileiro", conclui.

SMI
Representante de Alamo, Design Hotels, Enterprise Car Rental, National Car Rental, Passport Resorts e San Francisco Travel, e responsável pelo OTC, Online Travel Concierge, a SMI manteve todas suas contas na crise. No caso da San Francisco Travel, o destino interrompeu os gastos promocionais, massegue com a representação.

"Os investimentos voltam no máximo em outubro", afirma o presidente da SMI, Newton Vieira. "Vários hotéis e estações de aluguel estão fechados no destino por falta de demanda e nós tiramos todos os nossos sites do ar em abril para colaborar com o afastamento."

Vieira mantém os pés no chão ao traçar perspectivas e prevê retomada para último trimestre de 2020. Para o empresário, é muito cedo para se ter qualquer otimismo. "Tudo pode mudar de um momento para o outro com a chegada segura de um remédio e da vacina. Estão todos reorganizando seus modelos de negócio, oferta e demanda."

Em relação a uma possível retomada pelo doméstico, ele acredita que "pode haver alguma migração do negócio mas não acreditamos num montante significativo já que os preços no Brasil costumam ser muito altos".

Newton Vieira também acredita em mudanças profundas na estrutura do Turismo. "Teremos uma capacidade reduzida já que os volumes vão demorar para voltar ao padrão antigo. O mercado de Turismo importou do varejo uma prática nefasta de parcelamentos exagerados o que representa um risco enorme trabalhando-se em paralelo ao câmbio. Não é a primeira vez que vemos esse casamento derrubar grandes empresas. Nós vemos um futuro brilhante para o profissional de viagens que trabalha em sua casa e atende com perfeição e carinho seus clientes. Com baixo custo de operação esse profissional pode ter uma boa receita dependendo apenas da sua capacidade de conhecimento e de debruçar com atenção no psicológico dos clientes. A viagem é hoje o primeiro sonho na escala do ser humano."

VERTEBRATTA
Ainda que não seja representante comercial, e sim agência de marketing, a Vertebratta aponta que não perdeu conta, e que isso se deve à expertise da empresa. "Estamos no mercado há 19 anos e passamos por várias crises. Nosso conhecimento nos ajuda muito a tomar decisões em mais esta", afirma a diretora Sheila Nassar.

"Em um cenário como esse, só perde cliente quem nunca o teve", ela completa, afirmando que acordos amigáveis e mutuamente importantes são fundamentais em momentos de recessão.

Para que a retomada seja o mais forte possível, Sheila afirma que a Vertebratta não parou em nenhum momento. "Já fizemos a Adia! com a Abav e continuamos a promover o valor do agente, estamos oferecendo gratuitamente consultoria de comunicação e marketing para várias pequenas empresas - não necessariamente do turismo, estamos palestrando e oferecendo treinamento junto com nossos parceiros. Há muita coisa para fazer e sempre teremos novidades. Criar novos caminhos é nossa especialidade."

Em relação à volta pelo doméstico, ela afirma que acredita neste ponto de partida. "Enquanto fronteiras internacionais estiverem fechadas, mas acho que a prioridade das pessoas será na saúde e no orçamento. A necessidade humana de explorar e conhecer não vai acabar."

OUTROS
Muitos destinos estão cortando budget e repensando estratégias durante a crise. O Los Angeles Tourism cortou a diretoria para a América Latina, por exemplo. Com isso, a executiva Mariella Carmona deixou o escritório. Fort Lauderdale e St. Pete, na Flórida, continuam sem representação no Brasil. E destinos como o Visit California estavam no meio do bid de uma empresa de representação e congelaram seus planos. A previsão é que até o final do ano os destinos se reacomodem de alguma forma, pois, como outras crises já mostraram, manter a presença e a proximidade com o trade nesse momento é fundamental.

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