Beatriz Contelli   |   15/10/2020 16:59   |   Atualizada em 15/10/2020 17:10

Saiba mais sobre Turismo Responsável, tendência na retomada das viagens

As profissionais apontaram impactos, experiências e modelos de negócios proporcionados pelo setor

Na tarde desta quinta-feira (15), a ONG Garupa promoveu um webinar para agentes de viagens sobre Turismo Responsável, incluindo o Turismo de Base Comunitária e o Turismo Indígena. Mediado pela gestora de Comunicação da entidade, Claudia Carmello, o webinar contou com a participação da diretora da operadora Estação Gabiraba, Ana Gabriela Fontoura, da consultora da Garupa, Camila Sobral Barra, e da diretora executiva da agência Terra Nativa Ecoturismo, Paulin Talaska.

Visto como um dos principais segmentos para a retomada do Turismo pós-covid, o Turismo Responsável busca promover experiências que gerem um impacto positivo para os visitantes e os anfitriões, estimulando o empoderamento de comunidades, a proteção do território, a preservação da cultura e o consumo consciente.
Reprodução
Ana Gabriela Fontoura, da Estação Gabiraba, iniciou o encontro falando sobre a atuação do Turismo de Base Comunitária e o que podemos aprender com ele
Ana Gabriela Fontoura, da Estação Gabiraba, iniciou o encontro falando sobre a atuação do Turismo de Base Comunitária e o que podemos aprender com ele
Alinhado com o desenvolvimento de atividades que cumpram um papel complementar ao modo de vida local e com o objetivo de estabelecer oportunidades mútuas de aprendizagem, o Turismo de Base Comunitária era pouco divulgado e explorado como modelo de negócio, o que vem mudando nos últimos anos.

“A busca pelo Turismo de Base Comunitária está crescendo cada vez mais. Hoje temos não só uma procura maior, como também uma oferta de produtos e serviços mais diversificada, para todos os perfis e interesses. A gente percebe que as próprias comunidades e agências querem oferecer experiências mais autênticas e transformadoras”, afirmou a diretora da Estação Gabiraba, Ana Gabriela Fontoura.

Ana Gabriela ainda reforçou que por meio de experiências imersivas e comunitárias nas regiões do Pará, Amapá e Amazônia, a Estação Gabiraba tem como propósito contribuir para a construção de uma sociedade mais participativa e inclusiva.
Reprodução
Paulin Talaska, da Terra Nativa Ecoturismo, comentou sobre a necessidade de conhecermos outros modos de vida e respeitar culturas distintas
Paulin Talaska, da Terra Nativa Ecoturismo, comentou sobre a necessidade de conhecermos outros modos de vida e respeitar culturas distintas
Questionada sobre viagens voltadas para conhecer outros modos de vida, a diretora da Terra Nativa Ecoturismo, Paulin Talaska, salientou que as agências e operadoras estão precisando se reinventar. “Você conseguir falar com o seu passageiro sobre a importância da presença dele nos locais, da diferença que ele faz, que ele aprende e realiza uma troca, traz um resultado muito rico”, comentou.

Para a diretora da Terra Nativa Ecoturismo, o Turismo de Base Comunitária é capaz de tornar o Brasil um país melhor, que respeita as comunidades e o meio ambiente. Com projetos voltados para educação e família ao ar livre, a agência realiza viagens pedagógicas e seleciona destinos que mesclam o melhor da natureza do País e o contato com culturas locais.
Reprodução
Camila Barra, da Garupa, encerrou o webinar expondo como as etnias indígenas são ricas culturalmente e como podemos nos conectar com elas
Camila Barra, da Garupa, encerrou o webinar expondo como as etnias indígenas são ricas culturalmente e como podemos nos conectar com elas
DESMISTIFICANDO
Para encerrar o encontro, a consultora da Garupa, Camila Barra, desmistificou alguns conceitos relacionados ao Turismo Indígena - também conhecido como etnoturismo - que inclui mais de 350 etnias, com povos diferentes, que vivem em biomas diversos e com modos de vida próprios.

Um dos principais destinos do etnoturismo e do Turismo comunitário são as Serras Guerreiras de Tapuruquara, localizadas no interior do Amazonas. A região é protegida pelas comunidades e além de contemplar oito etnias indígenas, é o local de nascimento do alimento que hoje conhecemos como “mandioca”.

Apesar do desafio logístico, as comunidades se reuniram para desenvolver roteiros e escolher atrativos para expor aos visitantes. “A Garupa formata os produtos que serão oferecidos com as comunidades, realiza expedições experimentais e fica responsável pela formalização de parcerias e documentação”, afirmou Camila.

De 2017 até o ano passado, a Garupa realizou 13 expedições nas Serras Guerreiras de Tapuruquara, que contaram com a participação de 118 viajantes. As expedições buscaram gerar renda e ajudar no resgate da cultura e da autoestima em cinco comunidades.

Confira o webinar completo sobre Turismo Responsável.

Tópicos relacionados