Victor Fernandes   |   03/08/2022 11:50   |   Atualizada em 04/08/2022 16:07

Visto mexicano presencial é um retrocesso, dizem entidades

O Governo do México oficializou a volta da exigência de vistos para brasileiros que visitam o país

PANROTAS / Emerson Souza
Magda Nassar, presidente da Abav Nacional
Magda Nassar, presidente da Abav Nacional
O Governo do México oficializou nesta quarta-feira (3) a volta da exigência de vistos para brasileiros que visitam o país a partir do dia 18 de agosto. O visto deve ser emitido presencialmente nos consulados e embaixada no Brasil.

Para a presidente da Abav Nacional, Magda Nassar, e o presidente executivo da Abracorp, Gervásio Tanabe, a medida deve impactar a procura pelo destino por brasileiros.
"Este visto é um incômodo extra quando deveríamos estar tendo todas as facilitações possíveis no mundo inteiro, já que vivemos um momento de retomada das vendas depois da pandemia. Um entrave desses é um retrocesso absurdo e, muito mais do que prejudicial para o trade, é prejudicial para o destino, que é um destino parceiro, que investiu no Brasil, que sabe o valor do viajante brasileiro, e que tem um bom volume de vendas. E vai ser prejudicado. Não podemos esquecer que o mundo é grande, existem outras ofertas. O passaporte brasileiro é muito bem aceito, e os brasileiros são muito bem aceitos em vários países. Quem tem de repensar isso é o México, porque eles perdem muito. Para nós é mais um entrave, mas para eles é uma perda de receita bastante significativa, já que a escolha por outros destinos que não requerem visto, virá em primeiro lugar", explicou Magda Nassar.
PANROTAS / Emerson Souza
Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp
Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp
Tanabe também acredita no impacto negativo, principalmente no lazer, mas com reflexos no corporativo, que tem o bleisure como tendência. "Qualquer dificuldade imposta prejudica, em um primeiro momento, os planos do viajante. Temos hoje uma dinâmica um pouco diferente nas viagens. Então, qualquer exigência adicional é um dificultador. Essa exigência, confirmando-se, prejudica tanto o lazer quanto o corporativo. Nem todos tem o visto americano ou canadense, especialmente familiares e crianças. Nesse sentido, o impacto maior é no lazer. Mas o corporativo também é impactado, porque dentro das mudanças nas dinâmicas das viagens corporativas, o bleisure tornou-se um modelo relevante. O viajante agora aproveita para levar a família em uma viagem corporativa, quer seja numa reunião de negócios ou evento. Logo, ele poderia levar a esposa e filhos em uma viagem ao México. Agora, com a exigência do visto, isso torna-se mais complicado e custoso. O México é um importante destino turístico do brasileiro. Com certeza tende a reduzir a procura, se mantida essa regra", afirmou o presidente executivo da Abracorp.

RETROCESSO
Magda também abordou os recentes esforços da Abav em solucionar entraves com o visto eletrônico do país, mas o que foi apresentado foi um problema ainda maior na sua percepção. "Já estávamos com problemas. A Abav inclusive questionou todas as autoridades possíveis sobre o processo falho do visto eletrônico, e eles responderam que estavam trabalhando e lutando contra isso, porque o visto eletrônico causou inúmeros problemas no mercado. Então, chegamos no dia em que, em vez de anunciarem uma solução para o visto eletrônico, é anunciado um retrocesso inacreditável. Um visto presencial", relatou.

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