Artur Luiz Andrade   |   21/11/2019 14:06   |   Atualizada em 21/11/2019 16:21

CEO da Decolar/Despegar revela prioridades da OTA para 2020

CEO da Decolar (Despegar) revela prioridades da OTA para 2020: fidelidade, tours & activities, meios de pagamento e crescimento orgânico e por aquisições


Damian Scokin e Carolina de Haro (em foto de Luís Ferrinho)
Damian Scokin e Carolina de Haro (em foto de Luís Ferrinho)

FORT LAUDERDALE – O CEO da Despegar/Decolar, Damian Scokin, participou da Phocuswright Conference, em Fort Lauderdale, Flórida, na manhã desta quinta-feira, 21, e, entrevistado por Carolina Sass de Haro, da Phocuswright no Brasil, revelou quais as próximas prioridades da maior empresa de Viagens e Turismo da América Latina (no Brasil é a segunda colocada, atrás da CVC Corp).

Segundo ele, fidelidade, maior inventário de hospedagem em propriedades privadas (ou seja fora de hotéis), mais opções em tours & activities e crescimento orgânico e por aquisições são os focos a curto prazo.

O programa de fidelidade, Passaporte Decolar, deve ser lançado oficialmente em três semanas no Brasil e de acordo com o CEO os resultados dos testes são animadores, mesmo sabendo que fidelidade na América Latina e no mundo on-line é algo peculiar. “Vamos agregar valor real aos consumidores para que voltem à Decolar”, garantiu.

Sobre as instabilidades na América Latina, com crise na Argentina, protestos políticos no Chile e na Bolívia, o encolhimento da Venezuela e um Brasil crescendo lentamente e ainda com a quebra de uma empresa aérea, a Avianca Brasil, ele, como local e conhecedor do mercado, vê grandes oportunidades de investimento. “Um investir de fora pode achar que não é o momento, nós achamos que sim”.

Sobre a concorrência com a CVC Corp, limitou-se a dizer que respeita a empresa e que há espaço para todos crescerem na região. Carolina perguntou se a Almundo, comprada pela CVC Corp, não seria um negócio mais lógico para a Despegar que a Viajes Fallabela, Scokin disse que não, pois com a Fallabela está ampliando as formas de conexão com os consumidores da América Latina. “Não estamos nos tornando off-line e sim ampliando a forma de chegarmos a mais consumidores”.

Ele disse que continua acreditando na consolidação (compra de empresas), mas não deu dicas do que vem por aí. Com certeza será uma disputa boa com a brasileira CVC.


Scokin e Carolina na Phocuswright Conference (foto de Tricia Neves)
Scokin e Carolina na Phocuswright Conference (foto de Tricia Neves)

O CEO da Despegar também promete investir em mais formas de pagamento em 2020, algo que a compra da Fallabela vai ajudar, e aponta a parceria com a Expedia, uma das investidoras na Despegar, como forma de ter um portfólio robusto de hospedagem alternativa. Sobre os tours e passeios, ele disse não estar particularmente feliz com a oferta e performance da Despegar, mas porque não era foco da empresa. Para 2020, será.

Para os próximos anos ele vê um consumidor mais demandante e sofisticado e que vai querer tudo em um só local, uma tendência apontada na Phocuswright Conference (falaremos disso em uma próxima notícia, aguardem). “É um desafio tecnológico, mas uma tendência, e já monitoramos a quantidade de itens por viagem e viajante na Despegar”, disse.

Em um bate bola final com Carolina, onde tinha de escolher entre duas alternativas (como Hotel X Hospedagem privada, Google X Amazon), ao ser questionado se preferia Bolsonaro ou Fernández (presidente eleito na Argentina), disse que nenhum dos dois. “Cada vez que olho para a política na América Latina me torno mais anarquista”, finalizou, antes de escolher Messi, sobre Neymar Jr.

O Portal PANROTAS é media partner da Phocuswright Conference e viaja com proteção GTA

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