Juliana Monaco   |   18/09/2020 15:00   |   Atualizada em 18/09/2020 15:02

Confiança do empresário bate recorde de crescimento e se aproxima do ideal

O índice teve a maior alta (14,4%) desde o início da pesquisa da CNC, subindo a 91,6 pontos

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Neste mês, o Icec registrou crescimento em todos os itens pesquisados
Neste mês, o Icec registrou crescimento em todos os itens pesquisados
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou em setembro a maior alta da história (+14,4%), subindo a 91,6 pontos e se aproximando da zona de otimismo (acima dos 100 pontos). O crescimento mensal, terceiro consecutivo, foi o maior desde o início da realização da pesquisa, em abril de 2011. No comparativo anual, entretanto, houve queda de 23,1%.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a flexibilização das medidas de distanciamento social deve sustentar a retomada gradual da atividade econômica no terceiro trimestre. "O volume de vendas do comércio tem apresentado crescimento nos últimos meses, impulsionado pela reabertura das lojas do varejo não essencial, o que tem impactado na percepção cada vez mais otimista dos comerciantes", disse.

Em setembro, o Icec registrou crescimento em todos os itens pesquisados. Entre os principais subíndices, o que apresentou a maior alta mensal foi o referente à satisfação dos comerciantes com as condições atuais (+42,1%), que chegou a 55 pontos - o segundo avanço depois de cinco meses de quedas intensas. No entanto, o indicador ainda está 41,5% atrás do nível verificado em setembro de 2019. Já em relação à economia, os empresários do comércio se mostraram 65,6% mais satisfeitos em agosto - o maior percentual positivo da pesquisa e recorde para este item, que atingiu 40,1 pontos após queda de mais de 90 pontos durante a pandemia.

O indicador que avalia as expectativas para o curto prazo avançou novamente (+7,2), alcançando 138,6 pontos e mostrando que os comerciantes estão otimistas em relação à economia (+9,7%), ao desempenho do comércio (+6,9%) e ao da própria empresa (+5,2%). O índice que mede as intenções de investimento também acumulou o segundo aumento mensal consecutivo (+13,1%), alcançando 81,1 pontos devido ao aumento da intenção de contratação de funcionários, que subiu a 98,8 pontos (50,6%), após crescimento mensal recorde de 22,3%.

O índice de situação atual dos estoques teve, em setembro, o primeiro aumento em cinco meses (+4%), atingindo 81,5 pontos. O percentual de comerciantes que consideram o nível dos estoques acima do adequado diante da programação das vendas diminuiu pela primeira vez desde dezembro de 2019, de 35,1% (agosto) para 33,4%. De acordo com a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, os estoques ficaram obsoletos em razão do isolamento social e do fechamento das lojas do varejo não essencial. "Alguns segmentos do varejo foram particularmente afetados, como vestuário, calcados e acessórios, então estão adotando estratégias para readequar o nível dos estoques diante das vendas, que deverão avançar ainda em ritmo gradual", afirmou.

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