Rodrigo Vieira   |   28/01/2021 12:33   |   Atualizada em 28/01/2021 13:09

Números da OMT oficializam o rombo da crise no Turismo em 2020

Em receita, US$ 1,3 trilhão de perda, além de mais de 100 milhões de empregos direto


Unsplash/Thomas de Luze

Números da Organização Mundial do Turismo oficializam o que todos da indústria já sabem: 2020 foi um ano desastroso para o setor e a pandemia de covid-19 foi (e ainda é) a maior crise já amargada pela grande maioria dos profissionais que têm no Turismo sua fonte de renda.

Foram mais de um bilhão de chegadas internacionais a menos, uma queda de 74% em relação ao ano anterior, devido a uma perda de demanda sem precedentes e restrições de viagens na maioria dos países. Em 2009, na crise econômica global, a queda foi de 4% ante 2008. Ou seja, na comparação com 2019, ano em que a OMT registrou 1,5 bilhão de chegadas internacionais, o ano passado teve cerca de 390 milhões de chegadas. Uma quebra de dez anos consecutivos de curva ascendente neste índice.

De acordo com o Barômetro da OMT, este colapso representa uma perda estimada de US$ 1,3 trilhão em receita com exportações, um rombo 11 vezes maior do que o registrado em 2009 no mesmo índice. A crise colocou de 100 a 120 milhões de empregos diretos no Turismo em risco, a maioria deles em empreendimentos de pequeno e médio portes.

SITUAÇÃO AINDA DIFÍCIL NO TURISMO

Devido às características de alto contágio da pandemia, muitos países estão agora restringindo ainda mais as viagens. Isso inclui apresentação obrigatória de testes, quarentenas e, em alguns casos, fechamento total de fronteiras, elementos que pesam ainda mais na retomada das viagens internacionais. Contudo, a gradual evolução da vacinação para a covid-19 globalmente deve restaurar a confiança do consumidor, o que contribui para diminuir restrições e normalizar as viagens durante este ano e adiante.

"Por mais que muito já tenha sido feito para manter a segurança das viagens internacionais o máximo possível, estamos conscientes de que a crise está longe de acabar", avalia o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili. "A harmonização, coordenação e digitalização das medidas contra a covid-19, incluindo testes, rastreamento e certificados de vacinação, são essenciais para promover viagens seguras e preparar para a recuperação do Turismo assim que as condições permitirem."

CENÁRIO DE RECUPERAÇÃO AINDA CAUTELOSO

O último painel de experts da OMT mostrou um cenário dividido para 2021. Quase metade dos respondentes (45%) da pesquisa previu melhores expectativas na comparação com 2021, enquanto 25% esperam um desempenho similar e, 30%, resultados piores do que o ano anterior.

A perspectiva geral de uma recuperação da crise piorou. Metade dos respondentes espera uma retomada para ocorrer apenas em 2022, índice que era 21% em outubro de 2020. A outra metade vê potencial de rebote ainda em 2021, índice que era de 79% em outubro de 2020. Os destinos com oferta a céu aberto e natureza são os que mais terão demanda, com o doméstico e as "slow travel" ganhando maior interesse do consumidor.

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