Da Redação   |   12/04/2021 14:21   |   Atualizada em 12/04/2021 14:24

Comércio e serviços em SP perderam 47,6 mil empregos formais

O resultado é influenciado pela queda das vagas celetistas dos serviços e pela pandemia

Os setores de serviços e do comércio do Estado de São Paulo somaram 47,6 mil empregos formais perdidos no acumulado dos 12 meses entre março de 2020 e fevereiro deste ano. O resultado é puxado principalmente pela queda das vagas celetistas dos serviços, que foi de 41.515 no mesmo período, impactado, por sua vez, pela pandemia e as medidas de restrição de circulação que voltaram a ser adotadas neste ano com o recrudescimento da pandemia. Os números fazem parte da Pesquisa do Emprego no Estado de São Paulo (PESP), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Entre os meses analisados, a atividade que mais perdeu postos formais de trabalho foi a de serviços de alojamento e alimentação: ao todo, o saldo negativo foi de quase 104,6 mil vagas. Chamam atenção ainda os desempenhos ruins dos segmentos educacional (-36.019 empregos) e das artes, cultura, esporte e recreação (-11.604). O resultado do setor de serviços só não foi pior no acumulado dos doze meses porque atividades administrativas (saldo positivo de 64.744 vagas), profissionais, científicas e técnicas (15.896) e de informação e comunicação (13.075) contrabalancearam as perdas.

SECOM
Só na capital, mais de 25 mil vagas no comércio foram extintas
Só na capital, mais de 25 mil vagas no comércio foram extintas
Dos de 41,5 mil empregos a menos no setor de Serviços do Estado, a maioria vem da capital, onde o setor perdeu 29.801 vagas celetistas, mostram os dados. A metrópole paulista, aliás, puxou o ritmo negativo da atividade de alojamento e alimentação: deixou de ter 51.701 postos entre março do ano passado e fevereiro de 2021. O caso dos estabelecimentos de transporte, armazenagem e correio, que ficaram no negativo na cidade em 7.630 empregos, também é significativo, assim como Educação, com -14.687 vagas.

Já no comércio, a retração mais significativa no Estado veio dos estabelecimentos de venda ou reparação de veículos, que perderam 7.837 postos formais de trabalho em doze meses. O varejo, por sua vez, ficou no vermelho em 4.429 vagas. Os comerciantes da capital, no entanto, têm um cenário ainda mais desolador: extinção de 25.942 vagas celetistas no mesmo período, com destaque para os 17.560 empregos a menos no varejo.

Os números foram menores do que o dos serviços, no entendimento da Federação, porque o comércio ainda vê de um lado os bons resultados das atividades essenciais, como supermercados, farmácias e lojas de materiais de construção, apesar do desempenho seriamente prejudicado das não essenciais, que não podem atender o público em meio às medidas de isolamento social.

Para a FecomercioSP, o horizonte que se aproxima não oferece visões melhores: sem uma nova regulamentação do Poder Público sobre a suspensão de contratos de trabalho ou de reduções das jornadas e com restrições ao funcionamento ainda mais severas, o desempenho do emprego formal em São Paulo pode ser similar aos patamares do segundo trimestre de 2020, quando o setor de serviços teve saldo negativo de 133 mil vagas apenas em abril e o comércio fechou o mesmo mês com 74 mil postos celetistas a menos. Isso tudo sem contar que, neste auge da pandemia, há também uma deterioração significativa do poder de consumo das famílias em um cenário de preços inflacionados – o que coloca as empresas em uma conjuntura ainda mais frágil.

DESEMPENHO DE 2021
Se no acumulado dos doze meses o cenário é de perdas, tanto o setor de serviços quanto o comércio registram saldos positivos considerando apenas o ano de 2021.

No mês de fevereiro, o movimento de postos celetistas nos serviços ficou positivo em 55.435 vagas no Estado. Na capital paulista, o número de contratações foi 21.129 maior do que o de desligamentos, mantendo o saldo de empregos no azul. No bimestre, há evolução respectiva de 74.554 e 33.006 vagas nos serviços do Estado e da capital.

O comércio conseguiu também aumentar a empregabilidade das suas três divisões e ainda viu crescimento em algumas atividades desde o final de 2020, como no caso da divisão atacadista e do varejo de materiais de construção. Em fevereiro, o setor também teve mais contratações do que desligamentos num saldo positivo de 15.141 vagas celetistas. Considerando os dois primeiros meses do ano, o balanço também é positivo em 9.373 postos de trabalho.

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