Rodrigo Vieira   |   07/02/2022 16:19   |   Atualizada em 08/02/2022 12:02

Brasil no Global Entry: especialista explica o programa dos EUA

Advogada Liz Dellome explica que o Global Entry não isenta o brasileiro da necessidade de visto


Flickr/U.S. Customs and Border Protection
Totem de atendimento do Global Entry
Totem de atendimento do Global Entry

O Brasil foi anunciado hoje (7) no programa Global Entry, feito para facilitar a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos. Viajantes que conseguem esta aprovação têm maior fluidez ao chegar em território estadunidense, pois conseguem acesso a filas especiais com totens de autoatendimento, evitando a espera (que muitas vezes é longa) nas cabines com agentes imigratórios.

No totem, o visitante comprova sua identidade e atende a rápidos requisitos, anteriormente analisados, para entrar no país. É importante esclarecer que o Global Entry não é sinônimo de facilitação no processo de visto, como ressalta a advogada especializada Liz Dell'ome.

"O Global Entry é um programa que existe há muito tempo para facilitar a entrada do estrangeiro nos Estados Unidos, evitando que o visitante passe pelas filas comuns, que costumam ser enormes. O governo americano faz uma análise prévia de todos os requisitos e, se o indivíduo for aprovado como de baixo risco, sua experiência imigratória será mais fluida", explica a managing partner da Dell'Ome Law Firm.

Divulgação
Liz Dell'ome é managing partner da Dell'ome Law Firm. A brasileira é advogada licenciada no Estado de Nova York e possui experiência na área de leis de Imigração para os EUA, principalmente no segmento de vistos baseados em emprego
Liz Dell'ome é managing partner da Dell'ome Law Firm. A brasileira é advogada licenciada no Estado de Nova York e possui experiência na área de leis de Imigração para os EUA, principalmente no segmento de vistos baseados em emprego


"Isso não isenta a necessidade do visto. Mesmo fazendo parte do programa, é preciso apresentar a autorização para entrar. O acesso é feito por meio de totens, mas no mesmo ambiente em que as pessoas sem o Global Entry entrarão. Se houver qualquer desencontro ou desconfiança no ato, os agentes imigratórios poderão abordar o visitante", explica.

Liz explica ainda que o processo para emissão do Global Entry é minucioso, no qual são checadas informações pessoais, históricos de endereços, empregos, vínculo com o país de origem, entre outros, como o histórico de "bom turista", isto é, quem nunca ficou ilegal em um país, nunca foi deportado e não possui ficha criminal tem mais chance.

"O processo dura de um a dois meses para ser emitido", estipula a advogada. "Não há uma regra, mas geralmente os locais escolhidos para as entrevistas do Global Entry são separados dos consulados onde são feitas as entrevistas para vistos."

SINAL DE FORTALECIMENTO
O Global Entry é um acordo entre os governos para que seja facilitada a entrada de visitantes de negócio e Turismo. Segundo a managing partner da Dell'Ome Law Firm, a assinatura do acordo é um sinal de fortalecimento das relações entre Brasil e Estados Unidos justamente para estimular esses contatos, de negócios e interação.

Vale lembrar que no dia 31 de janeiroos Estados Unidos autorizaram, até o fim de 2022, funcionários consulares a abrirem mão, quando entenderem pertinente, das entrevistas presenciais para candidatos a certos tipos de vistos que já tenham petição aprovada pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA. Os tipos são H-1, H-3, H-4, L, O, P e Q.

"Este anúncio pode ser entendido como um procedimento facilitador para encorajar a interação entre os países, mas também por conta dos atrasos causados com a pandemia, quando for pertinente. Se a pessoa já teve qualquer visto aprovado antes, o oficial consular pode pedir para que ela não vá presencialmente à entrevista", justifica Liz.

"Algumas condições são pedir o visto do país de nacionalidade ou residência e o candidato a um desses vistos não pode ter tido um visto recusado anteriormente ou ter alguma inelegibilidade aparente ou potencial para a emissão dos vistos."

Liz Dell'ome é managing partner da Dell'ome Law Firm. A brasileira é advogada licenciada no Estado de Nova York e possui experiência na área de leis de Imigração para os EUA, principalmente no segmento de vistos baseados em emprego.

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