Nathalia Ribeiro   |   25/05/2022 09:41

Naturalização de brasileiros nos EUA bate recorde em 2021

Emissões de green card também aumentam e atingem segundo maior patamar da história


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Emissões de green card também aumentam e atingem segundo maior patamar da história
Emissões de green card também aumentam e atingem segundo maior patamar da história
A quantidade de brasileiros que se tornaram cidadãos dos Estados Unidos bateu recorde no ano fiscal de 2021. Foram 12.281 pessoas recebendo a naturalização americana – o maior número da história e 47,5% superior a 2020 (8.323). Os dados são de um levantamento realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration junto ao Departamento de Segurança Interna do País.

Com isso, o Brasil ficou em 15º lugar entre os países que mais requisitaram a cidadania dos EUA. México, Índia, Filipinas, Cuba e China ocuparam as primeiras colocações.

Antes de 2021, o ano que registrava o recorde de brasileiros tornando-se cidadãos americanos era o de 2018, com 10.538 naturalizações concedidas a migrantes do País.

Green cards: segundo maior número da história
Os dados analisados pela AG Immigration também revelaram que o Brasil foi o 8º país que mais recebeu green cards no ano fiscal americano de 2021. Foram 17.952 emissões do documento, que garante o direito de morar e trabalhar permanentemente nos EUA. Trata-se de um aumento de 7,2% sobre 2020 (16.746) e o segundo maior número da história.

De acordo com os dados, 740 mil estrangeiros receberam o green card no ano fiscal de 2021 – aumento de 4,6% sobre o mesmo período anterior. Com isso, o Brasil respondeu por 2,4% do total de emissões do documento.

O levantamento aponta que o País ficou atrás de México, Índia, China, Filipinas, República Dominicana, Cuba e El Salvador. Vietnã e Canadá completam as dez primeiras colocações, que juntas respondem por 52,7% dos green cards emitidos no ano.

Para o CEO da AG Immigration, Rodrigo Costa, a tendência é de que o Brasil alcance, nos próximos anos, as cinco nações que mais recebem o green card. “Temos observado uma curva crescente no interesse do brasileiro pelos EUA. E com uma mudança drástica no perfil. Se antes, nas décadas de 1980 e 1990, eles vinham para cá para ocupar os chamados subempregos, agora temos visto uma fuga de cérebros, com mestres e doutores migrando para os principais centros”, diz Costa, que mora na Flórida e é especialista em mercado de trabalho americano.

O ano fiscal é a forma mais comum que o governo dos EUA utiliza para definir orçamentos e, consequentemente, para apresentar resultados dos órgãos públicos e das ações governamentais. Trata-se de um período que começa sempre em 1º de outubro de um ano e termina em 30 de setembro do ano seguinte. O ano fiscal de 2021, portanto, vai de 1º de outubro de 2020 a 30 de setembro de 2021.

Novo recorde em 2022
A emissão de green cards para brasileiros ao longo do ano fiscal de 2021 cresceu gradativamente. No último trimestre, foram 5.859 autorizações. Se este patamar se mantiver ao longo de 2022, o País facilmente baterá o recorde de green cards recebidos em um único ano, que é de 19.825, em 2019.

A tendência, segundo Costa, indica um movimento de fuga de cérebros brasileiros para os EUA, assim como para outros países que vêm adotando amplas políticas imigratórias, como o Canadá.

“As barreiras globais estão cada vez menores, especialmente para quem tem habilidades acima da média e diplomas de pós-graduação, sobretudo, das áreas de saúde, engenharia, computação, matemática e ciências em geral”, observa o executivo.

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