Juliana Monaco   |   20/11/2019 13:30   |   Atualizada em 20/11/2019 13:45

A pesca esportiva é vista como ferramenta de desenvolvimento do Turismo

Nesta quarta-feira (20), o Seminário Isto é Mato Grosso do Sul começa com a palestra sobre a pesca esportiva e seus impactos socioambientais e econômico.


Juliana Monaco
Lawrence Ikeda, biólogo, gestor costeiro e apresentador da FishTV
Lawrence Ikeda, biólogo, gestor costeiro e apresentador da FishTV
Nesta quarta-feira (20), o Seminário Isto é Mato Grosso do Sul começa com a palestra sobre a pesca esportiva e seus impactos socioambientais e econômico, ministrada pelo biólogo, gestor costeiro e apresentador da FishTV, Lawrence Ikeda. O evento, que acontece até a próxima quinta-feira (21), está sendo realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.

No Mato Grosso do Sul, há a exigência de autorização ambiental para a pesca esportiva ou amadora. Em 2010, foram emitidas cerca de 98 mil licenças de pesca. Em 2015, foram mais de 381 mil. “O Estado sofreu uma exigência de pesca muito mais restritiva. Mas precisamos ter a licença para gerar recursos e entender o perfil da atividade na região”.

A partir de 2020, a pesca amadora estadual será realizada, exclusivamente, no sistema “pesque e solte”. “O pescador brasileiro já tem a noção de que precisa soltar o peixe após pescá-lo. Só vamos poder desenvolver a atividade se tivermos o peixe vivo, pois ele é um símbolo de preservação socioambiental e cultural”.

PRESERVAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
A pesca esportiva está intrinsecamente associada aos impactos ecológicos e sociais da região em que é realizada. “Quando falamos em pesca, às vezes esquecemos que tem toda uma natureza ao redor e que é preciso preservá-la. Essa atividade é uma importante ferramenta para o desenvolvimento do Turismo sustentável da região”, afirma Ikeda.

Para garantir a preservação ambiental, é necessário cumprir os cinco P’s do desenvolvimento sustentável: pessoas (erradicação da pobreza e da fome), prosperidade (garantia de vidas prósperas e plenas em harmonia com a natureza), paz (promoção de sociedades pacíficas, justas e inclusivas), parcerias (implementação da agenda por meio de uma parceria global sólida) e planeta (proteção dos recursos naturais e do clima do planeta).

As boas práticas da pesca esportiva garantem a manutenção dos estoques pesqueiros e a variabilidade genética, a preservação dos recursos naturais e dos ecossistemas, a perpetuação das espécies e o equilíbrio ambiental.

Já em âmbito social, a pesca está relacionada à preservação da cultura e dos valores das comunidades tradicionais, à diminuição do êxodo, conflitos e distúrbios sociais, à distribuição de riquezas, à capacitação da mão de obra local e a à democratização e difusão do conhecimento. “Os impactos sociais são muito agregadores e inclusivos. Hoje, já vemos a profissionalização do segmento, a capacitação e o bom atendimento de guias de pesca, por exemplo. A pesca esportiva é integrativa, garante prosperidade e gera riquezas”, diz Ikeda.

Para o biólogo, a pesca esportiva ou amadora ainda tem grande potencial de lapidação no País. “A pesca esportiva não tem 30 anos no Brasil. Por isso, precisamos entender e educar os pescadores para garantir a preservação socioambiental no Estado e no País. O nosso desafio agora é trabalhar na preservação dos recursos ambientais para garantir a existência dos peixes e a pesca esportiva”.

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