Artur Luiz Andrade   |   01/10/2020 00:59
Atualizada em 01/10/2020 01:12

Vendas CVC Corp caem 33% e prejuízo passa de R$ 900 mi no 1T20

Prejuízo da CVC Corp passa de R$ 900 milhões, em grande parte por causa do impacto da pandemia

A CVC Corp divulgou na madrugada desta quinta-feira, 1º de outubro, seu balanço do primeiro trimestre de 2020, que foi impactado em janeiro e fevereiro pelo início dos casos de covid-19 na Ásia e na Europa e em março com a chegada em maior quantidade nas Américas, incluindo o Brasil, que iniciou quarentena em meados de março. A pandemia foi declarada em 11 de março e neste mês a CVC Corp repatriou 500 passageiros, incluindo o fretamento de voos.

As reservas confirmadas no Brasil nos três primeiros meses do ano totalizaram R$ 2,68 bilhões, queda de 33,1% em relação ao 1T19 pro forma (pois os dados incluem vendas da Esferatur, Almundo e VHC que foram compradas ao longo de 2019, não sendo CVC Corp ainda no começo do ano passado). As reservas confirmadas da CVC Corp, incluindo as operações na Argentina, totalizaram R$ 3,27 bilhões, queda de 31,1%. A queda nas vendas B2C foi de 37% e no B2B 29% (ou 8% sem contar a Esferatur).

A Receita Líquida das operações no Brasil foi de R$ 239,8 milhões nos três primeiros meses de 2020, queda de 38,1% em comparação ao 1T19 pro forma. Incluindo as operações da Argentina, a Receita Líquida da CVC Corp foi de R$289,6 milhões, queda de 37,3% em comparação ao 1T19 pro forma.

O EBITDA Ajustado teve redução de 106,1% do em função do cenário econômico, mas a Geração de Caixa Operacional atingiu R$331 milhões, em comparação a uma geração de caixa de R$1 milhão no 1T19.

A CVC Corp transportou 2,74 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2020, queda de 18% em relação ao ano passado.

PREJUÍZO
A CVC Corp reportou prejuízo líquido das operações no Brasil de R$ 935,4 milhões no 1T20, frente a um lucro líquido de R$ 33,7 milhões no 1T19 pro forma. “O resultado da companhia foi fortemente impactado por itens não recorrentes que, juntos, somaram R$ 620,3 milhões. Ajustado por esses efeitos e pela provisão para perda de créditos fiscais diferidos no montante de R$278,2 milhões, o resultado do 1T20 seria um prejuízo de R$30,2 milhões”, analisou a empresa no balanço. Os efeitos não recorrentes que afetaram o lucro líquido foram: i) PDD resultante da pandemia de R$ 64,7 milhões; ii) impairment de R$537,6 milhões, iii) provisão para impostos diferidos ativos de R$278,2 milhões, e iv) outros no montante de R$24,7 milhões.

Na Argentina o prejuízo foi de R$ 42,7 milhões.

SAÚDE FINANCEIRA
A CVC Corp informou que a maior parcela do endividamento da companhia tem vencimento a médio e longo prazos. De um endividamento total na ordem de R$ 2 bilhões, há R$ 600 milhões vencendo em novembro de 2020 e a empresa está avaliando alternativas de captação e/ou rolagem com os investidores/credores. O saldo de caixa e equivalentes de caixa em 22 de setembro de 2020 era de aproximadamente R$1,52 bilhão.

A empresa também conclui a primeira etapa de seu processo de capitalização, conseguindo recursos de R$ 301,7 milhões. Na hipótese de exercício da totalidade dos bônus de subscrição até o seu vencimento, a CVC Corp poderá ter um aumento de capital adicional de até R$ 401,3 milhões, podendo a capitalização atingir o total máximo de R$ 703 milhões.

PANDEMIA
A CVC também divulgou uma tabela dos principais efeitos não recorrentes, derivados da pandemia de covid-19, que impactaram significativamente o resultado. Isso inclui despesas associadas à repatriação de passageiros e perdas de créditos por volume com companhias aéreas no montante de R$10 milhões e provisão de R$ 64,7 milhões, feita de maneira prospectiva considerando efeito estimado até dezembro 2020. A quebra da Avianca ainda causou R$ 4,2 milhões de prejuízo no primeiro trimestre deste ano.



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