Karina Cedeño   |   13/07/2018 16:51

Fecomercio: crescimento tímido do Turismo causa preocupação

Os resultados do setor estão 13,3% abaixo no comparativo com maio de 2014

O setor de Turismo registrou, em maio deste ano, crescimento de 1,9% no volume de atividade em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) feita pelo IBGE. Essa é a segunda alta consecutiva, após um ciclo de 14 retrações em 13 meses.

Desde o início do ano, o Índice de Atividades Turísticas (Iatur), extraído da PMS, apresenta variações negativas cada vez menores, com resultados positivos entre abril e maio, segundo o Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP). Porém, essa percepção de melhora é considerada relativa.

Para se ter uma dimensão do que foi perdido ao longo dos últimos anos, o atual patamar de atividade de Turismo no Brasil está 13,3% abaixo do registrado neste mesmo mês em 2014, momento pré-crise, e dos 12 Estados que o IBGE analisa, nove apontaram variação positiva no comparativo anual. São Paulo, que tem o maior peso no Iautr, cresceu 4,1%. No acumulado do ano, oito Estados apontaram desempenho favorável.

Para a presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio, Mariana Aldrigui, o resultado pode não ter sido mais favorável por conta da paralisação dos caminhoneiros. Muitas famílias deixaram de viajar e de consumir em restaurantes, sendo o Turismo um dos setores da economia impactados por essa paralisação.

Na análise do conselho, apesar da melhora gradual, o setor ainda precisa se recuperar muito e não há espaço para comemorar. Uma variável que é fundamental para esse tipo de consumo é o trabalho. As famílias têm sentido um crescente receio de perder o emprego, por causa da instabilidade econômica e das incertezas políticas. Por isso, acabam gastando menos, o que deve prejudicar essa sequência positiva do Iatur.

“Cabe também distinguir o otimismo em relação ao turismo de negócios, em que empresas voltam gradualmente a investir em viagens e eventos, e o conservadorismo no Turismo de lazer com famílias preocupadas com os efeitos da crise e a perspectiva de manutenção do emprego, preferindo quitar dívidas a fazer novas com viagens”, conclui Mariana.

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