Filip Calixto   |   27/05/2020 12:30

Brasileiro teme viajar em 2020 e confia no doméstico para 2021

Pesquisa Braztoa aponta receios de planejar viagens para este ano e alta intenção para 2021

Divulgação
Intenções de viagens para 2021 chegam a 82% dos respondentes
Intenções de viagens para 2021 chegam a 82% dos respondentes
Pesquisa feita a partir de uma parceria entre Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (LETS/UnB) e Lapsocial – Laboratório de Psicologia Social, com o apoio da Braztoa, expõe a avaliação do turista sobre o atual momento do mercado de viagens. Em linhas gerais, o levantamento mostra que ainda há receios de planejar viagens para este ano, mas que a intenção para 2021 cresceu consideravelmente.

A maioria dos pesquisados acredita que a pandemia durará até seis meses (67%). A maior parte (52%) também percebe a covid-19 como doença de alta severidade e vê alta possibilidade de se infectar caso embarquem ainda em 2020 (56%) - tópico que diminui quando os embarques são pensados para 2021.

Em relação a este ano, 70% dos entrevistados dizem que tinham planos de viajar, mas 60% alteraram o esse planejamento devido à pandemia. Apesar disso, o adiamento das viagens (56%) predomina sobre o cancelamento (36%).

Já as intenções de viagens para 2021 chegam a 82% dos respondentes, que relataram, em sua maioria (76%), que esses planos não foram alterados e aqui a renda surge como determinante: quanto maior o poder de consumo, maior a intenção de viajar em 2021.

O PRINCIPAL PARA A VOLTA
Mensurando o que pode ser fundamental na retomada, o estudo aponta itens como segurança e ausência de risco à saúde. Essas respostas foram seguidas pela chegada de uma vacina para covid-19, estabilidade financeira, e controle sanitário, respectivamente.

Na avaliação dos pesquisadores, as respostas mostram que o setor está no caminho certo, delimitando novos protocolos de higiene e saúde, criando cartilhas informativas ao consumidor e mostrando seus profissionais cada vez mais atentos às medidas adotadas em todo o mundo e em diversos setores relacionados à indústria de Turismo.

Já entre as preferências, 80% ou mais dos participantes preferem encontrar pessoas de culturas diferentes (89%); ter liberdade e flexibilidade (82%); lugares com considerável nível de relaxamento (82%); e destinos novos e diferentes (80%).
Emerson Souza
Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa
Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa
"O diferencial do serviço personalizado, que ofereça opções longe das massificações, sempre foi importante e será essencial neste momento. Todos os produtos e serviços de uma viagem deverão ser revistos e adaptados para cada cliente, independente do destino escolhido", comenta o presidente da Braztoa, Roberto Haro Nedelciu.

DOMÉSTICO COMO PRIMEIRA PRIORIDADE
Para 2020, as viagens nacionais estão entre as prioridades dos brasileiros e representam 60% das intenções. Destaque para o Nordeste (21,8%) e Sudeste (19,8%), seguidos pelo Sul, Centro-Oeste e Norte do Brasil, respectivamente.

Já para o ano que vem, a preferência dos participantes são os destinos internacionais (51%). Regiões como Europa (21,6%) e América do Norte (14,4%) ganham destaque.

Os consumidores seguem buscando referências e informações em diferentes fontes. Nas viagens em que optam pela contratação dos serviços de agenciamento, os motivos dessa escolha se baseiam em: segurança e confiança; comodidade e praticidade; e suporte - nessa ordem.

SOBRE O ESTUDO
Participaram da pesquisa 1,1 mil pessoas de todos os estados do Brasil. Todas com experiência em viagens nacionais (mais de dez nos últimos cinco anos) e relativamente alta experiência de viagens internacionais (43% realizaram até cinco viagens internacionais nos últimos cinco anos, 18% realizaram entre cinco e dez viagens, 10%, entre dez e 20 viagens, 7%, mais de 20 viagens, e 22% não realizou viagem internacional nos últimos cinco anos).

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