Filip Calixto   |   01/07/2020 13:15

Turismo está entre os piores desempenhos de franquias na crise

Estudo foi realizado em parceria com a a empresa de pesquisas AGP.

Em parceria com a empresa de pesquisas AGP, a ABF (Associação Brasileira de Franchising) começou a realizar estudos que avaliam mensalmente o desempenho do setor de franquias no Brasil e os reflexos da pandemia no setor. O primeiro mês avaliado foi o de abril e nele o levantamento aponta o Turismo - ao lado de Entretenimento, Alimentação e Saúde, Beleza e Bem Estar - entre o tipo de franqueamento que anotou maior queda em relação ao mesmo período no ano passado. A retração média de faturamento nessas atividades foi de 48,2%.

O encolhimento nas receitas, segundo avalia a pesquisa, pode ser atribuído às restrições de circulação e reunião de pessoas. Esses indicadores confirmaram a trajetória de queda que já havia sido esboçada na segunda quinzena de março, quando aproximadamente metade das franquias apresentaram queda de receita superior a 25%.

Unsplash/MBM
Resultado comprova uma tendência vista em março, quando aproximadamente metade das franquias apresentaram queda de receita superior a 25%
Resultado comprova uma tendência vista em março, quando aproximadamente metade das franquias apresentaram queda de receita superior a 25%
"A disseminação, por quase todo o País, de políticas de restrição a circulação e reunião de pessoas, o fechamento de centros comerciais e a suspensão ou desarticulação de algumas cadeias de valor infringiu um impacto severo ao franchising como um todo, provocando quedas históricas na geração de receita", pontua o presidente da ABF, André Friedheim. "No entanto, o setor não ficou parado: intensificou o suporte aos franqueados, isentou ou postergou o pagamento de taxas típicas do sistema e, principalmente, mirou sua artilharia na digitalização de suas operações. Essa adaptação expressa é muito importante para o setor e não apenas no curto prazo. Esperamos que esta situação deixe lições importantes que tornarão o sistema ainda mais moderno e resiliente", completa.

ÍNDICE DE FECHAMENTO EM DOIS DÍGITOS
O estudo apontou ainda que tiveram suas atividades suspensas 12% das unidades de franquia e 0,5% foram encerradas definitivamente. "É um momento difícil, mas estar em uma franquia traz benefícios que favorecem muito a sobrevivência. Além disso, 70% das franqueadoras evitaram demissões no mês de abril", pondera o representante da ABF.

AÇÕES PARA SUPERAR O MOMENTO
As ações mais frequentes adotadas pelas redes para enfrentar os reflexos econômicos da pandemia foram: reuniões on-line, home office na franqueadora, delivery partindo das unidades, e-commerce da franqueadora e venda on-line/retirada na Loja. Grande parte das redes afirmou que pretende manter os dois primeiros itens mesmo após a pandemia.

A pesquisa apontou ainda que, em abril, 91% das franquias de alimentação trabalharam com delivery – um recorde histórico -; já no segmento de moda, 53% pretendem manter o delivery partindo das unidades após a pandemia e muitas redes que implementaram plataforma de e-commerce da franqueadora agora na pandemia planejam mantê-la posteriormente.

A Pesquisa de Desempenho Mensal referente ao mês de abril de 2020 envolveu uma base amostral com redes respondentes que representam cerca de 21% das unidades e 23% do faturamento.

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