Nathalia Ribeiro   |   08/10/2021 13:13 Atualizada em 08/10/2021 13:19

Confiança dos pequenos negócios recua em setembro, segundo Sebrae

Alta dos combustíveis e inflação são fatores que influenciaram nesse resultado


Divulgação/ Pixabay Volta Max
Alta dos combustíveis e inflação são fatores que influenciaram na queda da confiança
Alta dos combustíveis e inflação são fatores que influenciaram na queda da confiança
Mesmo com o aumento da vacinação e com a redução dos casos de covid-19, a confiança dos donos de pequenos negócios apresentou queda em setembro. A sondagem das Micro e Pequenas Empresas, realizada mensalmente pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), detectou uma redução no nível de confiança dos pequenos negócios de 1,3 ponto em setembro, fazendo com que caísse de 100 pontos, em agosto, para 98,7 pontos, o que interrompeu um crescimento que vinha sendo verificado mês a mês, desde março.

Em setembro, a queda foi disseminada em todos os segmentos analisados: o varejo restrito, que há cinco meses vinha apresentando resultados positivos, caiu 4,9 pontos, o segmento de comércio de material de construção caiu pelo segundo mês consecutivo e recuou 3 pontos, lojas de autopeças e pequenas revendedoras cederam 0,2 ponto.

De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a incerteza que tem pairado no País em relação aos preços, à possibilidade de racionamento de energia e de falta de insumos, por exemplo, tem levado as empresas a serem mais prudentes em suas estratégias. “A alta recente dos combustíveis e a inflação, que pressionam custos dos pequenos negócios, podem ter contribuído para interromper a tendência positiva da confiança das MPE nos últimos meses. Vale ressaltar que, apesar dessa queda em setembro, o terceiro trimestre ainda fechou com resultado positivo, mas acende o sinal amarelo em relação à continuidade da recuperação”, comenta Melles.

SERVIÇO ESTÁVEL
Dos três setores analisados, apenas o de Serviços apresentou um leve aumento (de 0,2 pontos) no nível de confiança em setembro. Apesar de positivo, o resultado das empresas desse setor mostra que há uma desaceleração em curso. O Índice de Confiança das MPE de Serviços (MPE-Serviços) acomodou-se ao variar 0,2 ponto (indo para 96,8 pontos). Houve melhora da confiança, pelo segundo mês consecutivo, das empresas dos segmentos de serviços prestados às famílias e de serviços profissionais. Os serviços de transportes e demais se mantiveram relativamente estáveis e os de informação recuaram 2 pontos.

Tanto Comércio quanto Indústria, pelo segundo mês consecutivo, apresentaram uma queda de, respectivamente, 3,7 e 1,5 pontos. O Índice de Confiança das MPE do Comércio, em setembro, caiu 3,7 pontos e desceu para 92,9 pontos, o menor nível desde junho de 2021 (91,8 pontos). Segundo a pesquisa, a queda da confiança das MPE do comércio pode ser resultado de uma redução da satisfação das empresas com momento atual e pela queda das expectativas de curto prazo.

“A queda do comércio foi influenciada por uma piora da situação das empresas e pela redução do nível de otimismo, com a perspectiva de queda nos negócios nos próximos meses e de redução de novas vagas de trabalho previstas”, explica o presidente do Sebrae.

Em relação aos segmentos da indústria, o resultado foi heterogêneo: as micro e pequenas empresas produtoras de vestuário e metalurgia e produtos de metal, este vivendo uma escassez de insumos, mantiveram a tendência de queda da confiança pelo segundo mês consecutivo, com redução de 6,9 pontos e 6,8 pontos no índice, respectivamente. Os segmentos de refino e produtos químicos e alimentos recuperaram as perdas sofridas em agosto, enquanto os demais segmentos continuam melhorando.

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