Beatrice Teizen   |   28/01/2021 14:45
Atualizada em 28/01/2021 14:48

Identidade digital ajuda a diminuir fricções da jornada de viagem

Webinar do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) discutiu sobre tecnologia em tempos de pandemia

A pandemia de covid-19 causou e vem causando um impacto imensurável em todos os segmentos e, principalmente, na indústria de Viagens e Turismo. Mas um ponto indiscutível é que ela trouxe a aceleração da tecnologia e digitalização em diversos aspectos, forçando players a implementarem uma série de recursos e soluções na jornada do viajante.

Reprodução
Painel contou com Scott Hornick (Oliver Wyman), Luca Pronzati (MSC Cruzeiros), Diane Sabatino (CBP EUA), Miguel Leitmann (Vision Box), Brandon Lowther (Hilton) e Chris McLaughlin (Aeroporto de Denver)
Painel contou com Scott Hornick (Oliver Wyman), Luca Pronzati (MSC Cruzeiros), Diane Sabatino (CBP EUA), Miguel Leitmann (Vision Box), Brandon Lowther (Hilton) e Chris McLaughlin (Aeroporto de Denver)
Em um webinar realizado hoje (28), o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) discutiu como o setor de Viagens e Turismo vem confrontando os efeitos da crise e como os progressos no uso da tecnologia biométrica ajudaram a permitir o distanciamento físico e minimizar o contato com superfícies, assim como o papel da identidade digital na experiência de quem viaja.

“Em 2017 criamos o programa Seamless Traveller Journey, que reúne o setor público e privado com fornecedores de tecnologia para chegar a um acordo sobre modelos que irão facilitar a experiência de viagem. Acreditamos que com essas iniciativas digitais teremos uma jornada suave, sem interrupções, e, agora, mais do que nunca, consumidores esperam recursos e soluções sem contato. Por isso, países que já investiram em biometria estão um passo à frente. É muito importante ajudar a cadeia a implementar essas ferramentas para nos recuperarmos mais rápido desta crise”, diz a presidente e CEO do WTTC, Gloria Guevara.

IDENTIDADE DIGITAL
O primeiro painel debateu sobre a identidade digital, a experiência do viajante e a importância de ter as informações necessárias em formato digital e padronizado para pode acessar em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento. Além disso, a automação e possibilidade contactless em processos, como check-in, despacho de bagagens, embarque e desembarque, ajudam não somente na contenção da propagação do vírus, como também aumenta a oportunidade dos oficiais aeroportuários de focarem em outras questões que não sejam processos manuais.

“Antes da pandemia, nosso papel como aeroporto seria aumentar a previsibilidade da jornada do consumidor. Hoje, focamos em dar o controle do tempo e da distância e de tornar o processo sem contato. Desenvolvemos um programa que permitisse que o passageiro controlasse todo o seu tempo dentro do terminal e a distância entre os outros viajantes, para que ele fique o menor tempo possível e o mais longe possível das outras pessoas, por exemplo”, conta o COO do Aeroporto de Denver, Chris McLaughlin.

Por meio da biometria, aeroportos e outros players conseguem ter dados e informações sobre a identidade de cada passageiro. Levando em consideração a proteção, privacidade e integridade desses detalhes, é importante que toda a cadeia possa ter acesso para que a jornada não tenha fricções.

“Quando falamos de biometria, falamos de identidade e do gerenciamento da mesma. Se há mais compartilhamento de dados, o passageiro estará ainda mais no centro da experiência. A tecnologia touchless é um dos elementos, mas mais importante que isso é ter ferramentas para que todos os stakeholders consigam compartilhar essas informações”, pontua o CEO da Vision Box, Miguel Leitmann.

HOSPITALIDADE
Com mais automação e menos contato humano, como ficam os setores em que a interação com as pessoas e o olho no olho são essenciais, como hotelaria e cruzeiros? Muitas adaptações precisaram e continuam sendo feitas. Processos que antes eram manuais, agora vêm se beneficiando da tecnologia, como embarque e desembarque nos portos e check-in e check-out nos hotéis.

“Tecnologia para nós sempre teve um papel chave em termos de entregar experiência aos clientes. Ela vem melhorando a eficiência dos nossos processos e a biometria alavancou nosso embarque e desembarque. No entanto, no nosso negócio a operação é mais complicada, pois temos uma janela de tempo muito pequena e um grande número de passageiros, não é algo fácil de operar, mas os recursos tecnológicos são fundamentais”, afirma o COO da MSC Cruzeiros, Luca Pronzati.

Tópicos relacionados