Renê Castro   |   23/04/2014 21:55

A Europa se vende de maneira errada no Brasil?

Para discutir a promoção da Europa em solo brasileiro, uma das conferências do primeiro dia da WTM Latin America convidou o chairman da ETC, Salvatore Costanzo, o diretor para as Américas da UNWTO, Alejandro Varela e o presidente da Braztoa, Marcos Ferraz.

Para discutir a promoção da Europa em solo brasileiro, uma das conferências do primeiro dia da WTM Latin America convidou o chairman da ETC (Comissão Europeia de Turismo), Salvatore Costanzo, o diretor para as Américas da OMT, Alejandro Varela, o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, o diretor executivo da European Tour Operators Association (ETOA), Tom Jenkins, e o vice-presidente América Latina do Amadeus, Joost Schuring.

O mediador do encontro, Eduardo Santander, da Comissão Europeia de Turismo, balançou as estruturas e a plateia, quando disparou que tem a impressão que "a Europa se vende de maneira errada no Brasil". Na sequência, perguntou a Marco Ferraz qual segmento tem mais potencial no Brasil.

”Temos apenas nove milhões de viajantes internacionais no Brasil, um país com mais de 200 milhões de habitantes. Desta fatia, cerca de 2,5 milhões de pessoas escolhem a Europa como destino, ou seja, o potencial de crescimento é enorme. Falando sobre o segmento, destaco as pessoas pertencentes à terceira (ou melhor) idade, por conta do resgate de raízes e o turismo religioso. São pessoas que ainda utilizam-se das excursões para conhecer novos lugares”, respondeu o presidente da Braztoa.

O dirigente completou a explanação opinando que o “problema” não está nas grandes capitais, como Roma, na Itália, e Madri, na Espanha, por exemplo, mas nas cidades menores, que geram interesse do cliente, mas os profissionais brasileiros não são capacitados para vender, muito menos possuem incentivo para tal.

“Sei das dificuldades financeiras enfrentadas por esses destinos, mas isso só ajudaria a nossa movimentação. As parcerias são imprescindíveis para o incremento dos resultados.”

Questionado sobre o valor de uma viagem para Europa, considerada por muitos brasileiros como “cara”, Tom Jenkins explicou que a economia local não vende produtos, e sim serviços, por isso os custos valem a pena.

“Os brasileiros são quase europeus, por conta da proximidade com algumas línguas, em especial o espanhol, e a religião. Essa sensação, atrelada aos passeios e estrutura proporcionados, nos faz afirmar que somos caros, sim, e com orgulho. Valemos cada centavo”, disparou.

Contrário à posição do colega de bancada, Joost Schuring usou e abusou do termo “inspirar”. Para o dirigente, esta palavra-chave pode gerar ótimos resultados com a ajuda de ferramentas de interação. “A tecnologia ajuda a abrir novos mercados, mas precisamos ter um plano de ação. Não adianta atirar para todos os lados. O custo da viagem é um impedimento no meu ver, em especial aos jovens. Se existisse um incentivo às compras, por exemplo, acredito que este público se sentiria mais atraído.”

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