Felipe Niemeyer   |   15/09/2009 12:12

Luxo em tempos de crise é tema de painel no 2º Sahic

O segmento de luxo foi tema de discussão do primeiro dia de realização do Sahic 2009, ontem, no Rio de Janeiro.

O segmento de luxo foi tema de discussão do primeiro dia de realização do Sahic 2009, ontem, no Rio de Janeiro. Os impactos sofridos pelo setor na América do Sul por conta da crise econômica mundial foram amplamente abordados pelos participantes do painel. No Brasil, apesar da queda na ocupação, a percepção é que a valorização do real frente ao dólar beneficiou os empreendimentos desse segmento que tem mais flexibilidade em relação a tarifas praticadas. “Além disso, o luxo está cada vez mais acessível para a população e as empresas também estão mais sensíveis a essas relações econômicas”, disse, Tom Potter, vice-presidente da Hilton para a América do Sul.

Para o diretor da Marriott, Christopher Froome, algumas soluções para o segmento de luxo em crise, principalmente na América do Norte e Europa, são: construir uma ocupação mais sólida, diversificando a base de clientes, e superar a cultura do desconto, “que não traz mais receita para o hotel”. O executivo acredita que, em curto prazo, o cenário não é muito bom para o segmento de luxo, mas que a recuperação virá em longo prazo.

O diretor do Fasano, Constantino Bittencourt, por exemplo, disse que os dois hotéis do grupo tiveram queda na ocupação no período da crise, mas que o RevPar (receita por apartamento disponível) foi até R$ 50 maior. “A tendência agora é que a demanda retorne a patamares mais realistas e sustentáveis”, disse. O grupo tem planos de ter, pelo menos, dez hotéis até 2015.

A diretora regional da Leading Hotels of the World para Buenos Aires, Daniela Shayo, disse que esse é o momento de se fazerem reformas, treinar equipes e traçar estratégias, para fortalecer as operações quando a crise passar. Ela também ressaltou a necessidade de se criar uma política tarifária efetiva; ter “cuidado com os descontos”, para não afetar o produto, a imagem e os serviços; agregar valor ao produto sem que isso tenha impacto no valor das tarifas. “Mas o principal é entender o mercado. Avaliar a demanda antes de investir e o retorno do mercado, prevendo investimentos, ocupação, etc”, acrescentou.

Segundo Daniela o reposicionamento do segmento de luxo no mercado é importante para que as empresas do ramo não tenham seus produtos e serviços prejudicados pela recessão.

A 2ª Conferência Sul-Americana de Investimentos em Hotelaria e Turismo (Sahic) segue hoje no hotel Sofitel Copacabana, no Rio de Janeiro.

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