Artur Luiz Andrade   |   03/07/2015 10:58

Crise e impostos derrubam ocupação de hotéis em Alagoas

A hotelaria alagoana sofre com os reflexos da crise econômica e do ajuste fiscal. Como resultado, baixa ocupação, diminuição de investimentos e aumento dos custos, como água e energia.

A hotelaria alagoana sofre com os reflexos da crise econômica e do ajuste fiscal. Como resultado, baixa ocupação, diminuição de investimentos e aumento dos custos, como água e energia.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH-AL), Maurinho Vasconcelos, se os aumentos continuarem, as demissões em um dos setores que mais empregam em Alagoas poderão ocorrer. “O turismo não tem como ser mecanizado, é um mercado feito de pessoas, mas com a situação atual, os hotéis têm deixado de contratar e, no futuro, poderão ser feitos cortes na folha”, lamenta.

A ABIH lamenta ainda a aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 863/15, que aumenta as alíquotas incidentes sobre a receita bruta de empresas de 56 setores da economia. O ajuste fiscal, com desoneração sobre a folha de pagamento da hotelaria, passará de 2% para 4,5% entrando em vigor 90 dias após a publicação da futura lei.

O presidente da Comissão de Turismo na Câmara dos Deputados, o deputado federal Alex Manente, ainda solicitou o substitutivo do aumento para que ficasse em 3%, mas não houve aprovação. Como consequência da crise, os hotéis alagoanos se preparam um julho com a menor ocupação dos últimos anos. De acordo com dados da ABIH-AL, a média de vendas em 2015 é de 46,14%.

“Até maio, tivemos uma queda de 3,5% na ocupação e com a diária média no mesmo valor do ano anterior, sem reajuste. Em julho, teremos uma redução ainda maior, de 10%”, afirma Maurinho.

Em julho de 2014, a ocupação ficou em 60,32%. Já em 2013, no mesmo mês, a média ficou acima, com ocupação de 79% e em alguns casos, como os empreendimentos quatro ou cinco estrelas, de 80%.

“O nosso Estado já é penalizado com uma malha aérea restrita e com o custo do tíquete que é um dos maiores do Nordeste. Em uma situação como essa, as pessoas cortam os seus supérfluos e as viagens ficam para o próximo ano”, desabafa o presidente da ABIH de Alagoas.

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