Vitor Ventura   |   24/08/2016 19:29

Após quedas, varejo projeta índice positivo para outubro

Associados do IDV ainda esperam queda nas vendas, mas em patamares menores, o que sinaliza mudança no cenário do varejo

O IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo) de julho fechou com queda real de 7,2%, já desconsiderando a inflação, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar de o índice projetar uma frequência dos resultados negativos para os próximos três meses, o decréscimo será em nível menor, mostrando uma mudança de cenário. As estimativas futuras são de queda de 4,8% em agosto, 0,5% em setembro e 2% em outubro.

Algo que mostra essa recuperação é o setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, que apresentou uma queda real de 5,1% em julho, na comparação anual. A expectativa para os próximos meses é de resultados positivos: 1,4% em agosto, 2,5% em setembro e 1,3% em outubro.

O setor de bens duráveis repete o status de pior resultado em julho, com queda real de 8,9%. A recuperação da confiança por parte dos consumidores e a retomada do crédito continuam sendo os principais desafios para este segmento. A projeção para os próximos meses é de queda de 3,4% em agosto, 3,7% em setembro e 3,3% em outubro.

O segmento de bens não duráveis, que responde principalmente pelas vendas de super e hipermercados, foodservice, drogarias e perfumaria, apresentou queda de 7,1% nas vendas realizadas em julho e aparenta uma nova queda em agosto, de 7,2%, mas com recuperação em setembro de 1% e novamente decrescimento de 2,6% em outubro. Importante lembrar que o setor de alimentação dentro do lar sente muito a pressão da inflação, com um aumento médio de preços de 16% em julho.

Os pilares macroeconômicos que direcionam o consumo têm influenciado diretamente para baixo o desempenho do varejo, principalmente os indicadores da inflação, que está muito acima da meta estabelecida; o nível de desemprego, que alcança patamares iguais aos de 2011; a contínua desaceleração da massa salarial e o encarecimento e restrição na concessão do crédito.

O índice de confiança, outro indicador que possui forte correlação com o comportamento de consumo, vem atingindo os piores patamares dos últimos anos. A boa notícia é que nos últimos três meses o indicador cresceu, saindo do pior nível alcançado, em abril de 2016 (início do monitoramento da série), com 64,4 pontos, para os atuais 76,7 pontos em julho, atingindo os patamares de fevereiro de 2015.

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