Da Redação   |   01/08/2022 00:06   |   Atualizada em 02/08/2022 16:53

Capitalizar o retorno do Turismo – com uma sustentabilidade 360 graus

Olhar para o todo, mirar o longo prazo e ser sempre, antes de tudo, responsável


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Olhar para o todo, mirar o longo prazo e ser sempre, antes de tudo, responsável
Olhar para o todo, mirar o longo prazo e ser sempre, antes de tudo, responsável

Capitalizar o retorno do Turismo – com uma sustentabilidade 360 graus

Por Valéria Carneiro, Sócia-Diretora da PRIMETOUR

Quem trabalha no mercado de turismo sabe muito bem: a vacinação em massa possibilitou, por um lado, a baixa da mortalidade por COVID-19 e, por outro, o aumento da procura por viagens. Tem sido um efeito cascata. Um a um, países do mundo todo têm “baixado a guarda” e diminuído suas restrições de entrada, e muitos até já suspenderam todos os protocolos criados por causa da pandemia. Exemplos? Alemanha... Grécia... Itália... Portugal... só para ficar em alguns importantes destinos europeus. Crescem as reservas feitas e os valores pagos. É ótima notícia para nossa indústria, claro. Tem-nos permitido reerguer negócios, recontratar equipes, fazer planos. É hora de celebrar, mas também é hora de criar estratégias de longo prazo. Como “surfar essa onda” de forma sustentável?

Zurab Pololikashvili, secretário-geral da UNWTO – World Tourism Organization, órgão vinculado à ONU, afirmou, durante o primeiro encontro presencial em dois anos, “Para milhões de pessoas (...) o turismo é essencial para a sobrevivência. Seu retorno é vital e precisa ser baseado nos pilares da inclusão e da sustentabilidade, em benefício de todos”. Concordamos com ele. Mas, o que se quer dizer com sustentabilidade? A primeira ideia que vem à mente é a da sustentabilidade ambiental, mas o conceito vai além. Desenvolvimento sustentável engloba várias facetas. Uma, certo, é a “green”. Responsabilidade ambiental, compromisso com o meio ambiente, concessões e investimentos tendo em vista deixar de herança às próximas gerações um mundo melhor, em termos ecológicos.

Mas, hoje podemos voltar nossas atenções também a outros fatores importantes que ajudam a compor uma proposta panorâmica que podemos chamar de sustentabilidade 360 graus. O desenvolvimento social, por exemplo. Sua empresa já considerou distribuir o bolo ao mesmo tempo em que o faz crescer, compartilhando parte dos novos ganhos que recentemente voltaram a se tornar possíveis com parte da parcela menos favorecida da nossa população? Um caminho possível é apoiar quem já toma a frente nesse tipo de trabalho e formar parceria com ONGs (se quiser conhecer alguns dos caminhos que trilhamos nessa direção, visite https://primetour.com.br/sustentabilidade).

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Mata Atlântica
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Outro, fomentar a igualdade de oportunidades e salários entre os gêneros dentro da própria empresa. Valorizar, nela, a diversidade. Porque a ideia de sustentabilidade 360 graus nos convida a olhar não apenas para os cenários mais amplos de Mundo e de Brasil, mas também para dentro de nossas empresas. Alinhar as estratégias entre toda a equipe – diretores, gestores, colaboradores – e focar em um crescimento que seja sustentável também em termos econômicos e processuais. Como crescer mantendo nossos processos eficientes? Não perdendo as linhas de diálogo tão cuidadosamente construídas dentro da equipe e da equipe com os clientes? Não abrindo mão da qualidade da entrega (que, no nicho do luxo, tem a característica de ser, por princípio, ultrapersonalizada, artesanal)?

Promover a saúde mental da equipe, o que pode – e deve – ser tentado por diferentes ângulos. Prover seguro de saúde, dar acesso a recursos de saúde mental, reforçar a solidez da empresa e a permanência da equipe (diminuindo o medo de perda do emprego no horizonte), combater situações tóxicas, redesenhar processos, ouvir. Construir um novo ambiente. Estamos em processo, olhando para isso em conjunto. Trata-se, ainda, de manter em dia a saúde do próprio negócio! Mirar estabilidade, prever demandas, controlar despesas, equilibrar receitas, questionar fluxos. Gerar empregos, distribuir lucros. Sem perder a mão e o controle. Lapidar a cultura da empresa também. Escolher parceiros alinhados aos mesmos valores. Olhar para o todo, mirar o longo prazo e ser sempre, antes de tudo, responsável – não só com o presente, mas com o futuro. Na comunidade macro, de fora da empresa. Na comunidade micro, composta por aqueles que fazem a empresa existir.

Sustentável é aquilo que se sustenta, que se mantém, que permanece. Se tratarmos esse retorno das viagens como uma onda a ser aproveitada ao máximo no momento, sem um desenho claro de futuro, a abordagem é o oposto de sustentável. Não visamos um crescimento pontual possibilitado por uma oportunidade específica, mas buscamos usar esse momento como alavanca para um plano de futuro. Um crescimento que se sustenta é o que pode ser previsto e repetido e, portanto, não pode depender, unicamente de circunstâncias externas. Porque elas oscilam. Sempre oscilaram, e voltarão a oscilar. A meta está em manter a nossa resiliência sem negar as oscilações, positivas ou negativas, mas com jogo de cintura para passar por elas sem perder a nossa própria essência. Um crescimento que se sustenta é um que nos sustente a todos.

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