Artur Luiz Andrade   |   27/09/2020 09:10 Atualizada em 27/09/2020 12:58

DIA MUNDIAL DO TURISMO: A poupança da quarentena é alívio para as viagens

Secretário de Turismo de São Paulo fala dos números iniciais da retomada das viagens

Emerson Souza
Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do Estado de São Paulo
Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do Estado de São Paulo
ARTIGO - DIA MUNDIAL DO TURISMO


"O Turismo e a poupança de quarentena

Por Vinicius Lummertz
Secretário de Turismo do Estado de São Paulo


O conceito de liberdade, naturalmente implícito à atividade turística, passou a significar o oposto do que recomendavam os protocolos de segurança e a ideia de confinamento. Como pegar um avião, hospedar-se em um hotel ou visitar um novo destino se tudo o que devemos fazer é não sair de casa? A quarentena levou o Turismo de São Paulo a registrar o pior impacto econômico que se teve notícia nas últimas décadas: 138 mil empregos desapareceram, o Estado perdeu mais de 17 milhões de viagens e as perdas econômicas vão bater os R$ 16 bilhões até o fim do ano.

Mas engana-se quem pensa que o Turismo saiu de cena, porque ele jamais abandonou o imaginário coletivo - e há provas disso: em meio a notícias tão desanimadoras, o Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), em parceria com a Fundação Instituto de Administração, da USP, confirmou a existência de uma poupança de viagem robusta do viajante de São Paulo, estimada em R$ 41 bilhões, que está prestes a desaguar em destinos dos mais variados, sejam eles no próprio Estado, no Brasil ou em destinos internacionais. O Turismo de São Paulo pode ficar com até R$ 13,1 bilhões dessa poupança, segundo as projeções, o que significa uma injeção de ânimo significativa para a economia do Estado e para todo o setor que, ao contrário do que alguns imaginam, responde por um em cada dez postos de trabalho.

Estou certo de que cada real de salário que teve como destino a poupança de viagem foi um depósito de esperança no futuro, um dinheiro reservado para aquilo que se deseja muito, mas que o horizonte próximo ainda não permitiu colocar nos planos. Estamos na iminência de pisar de novo no acelerador e de retomar a confiança. Estamos prestes a testemunhar uma disputa acirrada pela poupança de viagem do turista de São Paulo. Estão todos de olho nessa reserva que pode recender comércios e reativar serviços de 52 segmentos ligados direta ou indiretamente ao Turismo.

A decisão vai depender do grau de confiança do turista, da estratégia de atração do destino e, sobretudo, da evolução da epidemia. A retomada pede cautela, a exemplo do que tem ensinado o Plano São Paulo, garantido um retorno seriado das atividades e esforços na produção de uma vacina contra a covid-19. Enquanto ela não chega, destinos de proximidade são, nesse momento, a primeira etapa para um retorno consistente, preservando o distanciamento social, privilegiando os destinos de natureza e as viagens em pequenos grupos. Ao priorizar a proximidade, o turista ainda reforça aquela ação nobre que tanto praticamos na quarentena: a de beneficiar o produtor local, seja ele o comerciante, o agente de turismo ou vendedor de coco.

Vamos terminar essa conversa com duas boas notícias. A primeira, é que falta pouco e já é possível se movimentar pelos destinos de forma cuidadosa. A segunda, é que o Turismo de proximidade está longe de limitar as boas escolhas no nosso País: aquela experiência inesquecível de viagem pode estar a poucos quilômetros de distância de você.

Que este domingo, 27, Dia Mundial do Turismo, simbolize um recomeço seguro do ponto de vista da saúde e responsável do ponto de vista da escolha do destino. Use bem a sua poupança de viagem."

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