Karina Cedeño   |   10/08/2017 09:00

Veja quais são os desafios da hotelaria no interior de SP

Especialistas da área mostram suas visões e falam sobre o desenvolvimento de seus empreendimentos em Ribeirão Preto e Mogi das Cruzes (ambos em SP) 

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O Transamerica Prime Hotel está localizado em Ribeirão Preto (SP)
O Transamerica Prime Hotel está localizado em Ribeirão Preto (SP)
Quais são os principais desafios que a hotelaria encontra no interior de São Paulo? Eles são mais pontuais e específicos do que os encontrados nas grandes cidades? Na visão do gerente geral do Transamerica Prime Hotel, George Arthur Araújo, sim.

Um dos maiores desafios é sincronizar a hospitalidade típica do interior com a hotelaria em seu âmbito profissional”, conta Araújo. Segundo ele, a taxa de ocupação do Transamerica Prime Hotel (inaugurado no início deste ano em Ribeirão Preto) tem ficado acima das expectativas e o motivo principal é a ascensão do turismo regional e o calendário de feiras e eventos.

“A nossa principal taxa de ocupação vem do agrobusiness durante a semana e, no final de semana, a demanda é mais turística. A tendência é que essa taxa de ocupação passe dos 55% a partir do segundo semestre deste ano, levando em consideração o calendário da cidade, as datas comemorativas e o empenho da nossa equipe operacional e também da equipe de Vendas e Marketing”, relata o executivo.

Já para o diretor comercial do Club Med no Brasil, Marco Oliva, o maior desafio é tornar o custo dos eventos atrativo em relação ao que é encontrado no mercado. “Sabemos que as convenções e os eventos buscam cada vez mais uma boa relação custo-benefício e, a partir do momento que as empresas se deparam com um produto de qualidade, com uma boa entrega tanto no segmento de lazer quanto no corporativo, e com várias atividades inclusas, o custo do evento acaba sendo atrativo”, conta Oliva.

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O gerente geral doTransamerica Prime Hotel,George Arthur Araújo
O gerente geral doTransamerica Prime Hotel,George Arthur Araújo
De acordo com ele, após a abertura oficial do Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), em dezembro do ano passado, cada vez mais o paulistano e o público das outras cidades estão conhecendo e entendendo a proposta de um Club Med com o estilo campo. “Já tivemos uma boa ocupação na baixa temporada e temos a certeza de que, com a chegada da próxima alta temporada, a partir de dezembro, estaremos realmente entrando em um patamar mais que satisfatório e atingindo ótimos resultados”, conclui o diretor comercial do Club Med no Brasil.

Mas quais serão as tendências para este mercado? Na visão de Araújo, a principal é resgatar os princípios básicos da hotelaria, que é oferecer uma experiência única e personalizada, mais disseminada nos grandes centros, para quem precisa trabalhar ou descansar fora de casa.

“Diferentemente das grandes metrópoles, o acolhimento do interior resgata aquela sensação de como ‘é bom ter você na nossa casa, no nosso comércio ou no nosso hotel' e para os próximos anos acredito que esse conceito seja recuperado e cada vez mais utilizado”, conta Araújo.
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O diretor comercial do Club Med no Brasil, Marco Oliva
O diretor comercial do Club Med no Brasil, Marco Oliva
Para Oliva, a tendência será a grande competitividade. “As empresas já entenderam que o investimento em pessoas e no quadro dos colaboradores é o que faz a diferença. Realizar eventos corporativos com uma marca forte, que preza pelo atendimento e pelo cuidado com as pessoas é um diferencial. Assim, o evento completo não será só um momento de trabalho e sim uma experiência voltada para o relacionamento entre todos, em um ambiente harmonioso”, salienta Oliva.

Para atender à alta demanda de eventos no interior do Estado, o Club Med Lake Paradise conta com mais de 30 salas para eventos e salões de médio e grande porte, além de uma equipe formada e treinada na parte de grupos, com a atitude Gentil Organizador (GO) no bom servir.

Emerson Souza
O Club Med Lake Paradise está localizado em Mogi das Cruzes (SP)
O Club Med Lake Paradise está localizado em Mogi das Cruzes (SP)
“Temos bons restaurantes subdivididos em salas menores com um bufê central, dando assim a mobilidade necessária aos grupos, e temos também um restaurante para aproximadamente 600 pessoas (o Gourmet), exclusivo para os grandes grupos, muito próximo também das grandes salas. Desta forma, os participantes dos eventos têm agilidade para as refeições diurnas e conseguem ter o restaurante principal, totalmente reformado, com salas e ambientações temáticas e diferenciadas. Além disso, temos também uma capela, muito utilizada para um segmento que vem crescendo ano a ano no Club Med, que são os casamentos”, conta Oliva.

Já o Transamerica Prime Hotel oferece espaço de eventos em seu auditório com 478 metros quadrados e capacidade para 300 pessoas. O local oferece acústica profissional, iluminação natural, foyer para coffee break, além da possibilidade de diversas formatações: auditório, formato “U”, escolar, banquete e coquetel.

E OS HOTÉIS INDEPENDENTES?
Os desafios convergem para outro ponto quando se trata dos hotéis independentes do interior do Estado. Um deles é o Mavsa Resort, localizado em Cesário Lange (SP), que hoje direciona o seu enfoque à qualificação profissional. "Um dos maiores desafios que temos no interior é com a mão de obra especializada, por isso qualificamos nossas equipes por meio de treinamentos internos constantes. Outro ponto importante a ser destacado é que, por sermos um hotel independente, os investimentos vêm de uma única fonte e de acordo com os resultados alcançados pelo empreendimento. Com isso, o nosso crescimento acontece de forma gradativa", relata a subgerente geral do Mavsa, Nilva Meirelles.

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A subgerente geral do Mavsa resort, Nilva Meirelles
A subgerente geral do Mavsa resort, Nilva Meirelles
Segundo ela, a região se destaca na procura de eventos devido à proximidade da capital e dos demais importantes polos econômicos do Estado, sem contar as rodovias que facilitam o acesso. "Como passamos por um momento em que o mercado sofre instabilidade com a situação econômica do Pais, fazer mais com menos tem se tornado um desafio para todas as companhias. Considerando que a capital abriga um número elevado de empresas, elas conseguem economizar cada vez mais ao direcionarem seus eventos para o interior, tornando-se menos dependentes das malhas aéreas. O que antes normalmente era realizado nos resorts do Nordeste, por exemplo, agora pode acontecer no próprio Estado de São Paulo, sem perder em qualidade e estrutura", conta Nilva.

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Um dos espaços de eventos oferecidos pelo Mavsa Resort, localizado em Cesário Lange (SP)
Um dos espaços de eventos oferecidos pelo Mavsa Resort, localizado em Cesário Lange (SP)
A taxa de ocupação dos eventos do Mavsa está em uma média de 39%, e para o ano que vem o objetivo é que este número chegue aos 43%. "O Mavsa Resort se destaca por ser um hotel com um número menor de apartamentos e com isso consegue ser flexível e personalizar cada evento recebido. Além das salas que temos, os diferenciais ficam por conta dos vários espaços temáticos que conseguimos personalizar de acordo com cada evento. Por exemplo: o catamarã, que pode receber desde um coquetel a uma balada com DJ, dentro de um barco que se encontra atracado no lago; o Dragon Bar, que é um espaço com características de uma caverna onde podemos atender desde um coquetel com balada até um jantar temático privativo. Outro espaço muito procurado por nossos clientes é a nossa prainha, às margens do lago, ideal para um luau. Ao lado desse espaço encontra-se o Bar Kaluanã, que comporta até 300 pessoas em um jantar ou uma festa com banda ao ar livre", conta a subgerente geral do resort.

Segundo ela, a receita com eventos no Mavsa aumentou 15% no primeiro semestre deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado.

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