Felippe Constancio   |   12/08/2016 10:00

CEO da Trip Bam vê novo mundo ao viajante corporativo em 2020

Ações estratégicas do Airbnb, ascensão das startups de carona remunerada e avanço em tecnologia móvel são alguns dos fatores do presente que fazem o CEO da TripBAM, Steve Reynolds, acreditar que um novo mundo espera o ambiente corporativo em 2020.


David Wan/Flickr

Ações estratégicas da Airbnb, ascensão das startups de carona remunerada e avanço em tecnologia móvel são alguns dos fatores do presente que fazem o CEO da Trip Bam, Steve Reynolds, acreditar que um novo mundo espera o ambiente corporativo em 2020. Principalmente no caso das vendas diretas.

Para o chefe da empresa de monitoramento de preços de hotel, a indústria "ainda tem sua cabeça na areia" nos dias de hoje, e não enxerga que as vendas diretas logo devem extrapolar o segmento de hospitalidade. "Uma grande parcela de locadoras de carros está sendo trocada por Uber e Lyft, e o aéreo é o próximo da lista, como mostram os comissionamentos em distribuição da Lufthansa", avalia.

Segundo ele, haverá um mundo diferente em 2020, no qual existirá uma ferramenta de reservas corporativas que seja 100% direta - com o GDS usado apenas em pequenos e específicos mercados. "Onde diabos está isso? Onde está o novo desktop TMC para trazer conteúdo?", questiona o executivo.

Mais mudanças devem aparecer com o movimento das OTAs. Para ele, a Booking.com está interessada no mercado corporativo, mas por hora não tem certeza de como fazer isso. "A resposta fácil seria dizer que ela precisa oferecer taxas excelentes com uma boa comissão que seja fácil de vender por meio de GDSs."

O resultado da luta travada pelas startups do segmento de transporte terrestre por algum share no ambiente corporativo também aparecerá nos próximos anos, na visão do executivo. Serviços de compartilhamento de carro como Uber e Lyft têm novos recursos focados na captura de dados, fazendo com que eles sejam mais atraentes aos programas de gerenciamento de viagem que precisam de compilamento de dados para métricas.

"Os travel managers estão finalmente dando importância a essa demanda vinda dos viajantes 'viciados' no uso fácil e amigável desses dispositivos. Táxi parece estar no passado e perdendo cada vez mais espaço no corporativo. Uber e lyft ganharam. Game over."

AIRBNB
Já a "nova ordem" do ramo de distribuição no mercado corporativo futuro pode variar, dependendo do Airbnb. "O Airbnb está tentando se inserir na distribuição no ambiente corporativo. A empresa tem fechado acordos com grandes TMCs, mas isso é andar pra trás na minha opinião. Um approach melhor será criado com um produto que se encaixe ao mercado corporativo em vez de focar na distribuição".

Para o especialista, a distribuição será fácil e a demanda corporativa pelos produtos estará lá caso o serviço comunitário de acomodações consiga tal approach. "O Airbnb pode dizer que milhares de empresas estão assinando seu portal, mas a maior parte das 200 corporações da Fortune que tem contato com a Trip Bam mencionam eles apenas uma vez ou outra - estar numa estante das TMCs nunca garante volume sustentado", aponta Reynolds.

"O Airbnb precisa focar na demanda que vem de mais outros programas corporativos estabelecidos para realmente criar impacto", pondera.

As tecnologias móveis também definem o cenário futuro por meio do qual o viajante corporativo decola e pousa, lembra Reynolds, mas as inovações parecem ter demorado a chegar. "Ainda há muito o que se falar sobre mobile e a indústria parece finalmente atingir as interfaces ideais e encontrar o equilíbrio entre políticas e experiência do usuário. Mas isso está cinco anos atrasado."

Tópicos relacionados