Beatrice Teizen   |   30/05/2017 09:00

O uso de salas VIP e suas vantagens em viagens corporativas

Apesar de serem muitos os benefícios que uma sala VIP pode trazer ao viajante, os gestores acabam priorizando outras questões e deixando essa de lado.

A maioria dos viajantes corporativos, mesmo que ainda não tenha chegado no destino em questão, acaba usando o tempo livre para adiantar assuntos profissionais, fazer conference calls e redigir relatórios, principalmente em momentos de conexão. A espera no aeroporto para quem se prepara para uma viagem a negócios pode ser bem cansativa e pouco produtiva.

Divulgação
O Plaza Premium Lounge, no London Heathrow
O Plaza Premium Lounge, no London Heathrow

Com tantas opções de salas vips, por que não aproveitar o espaço, incluindo a utilização delas na política de viagens das empresas? São muitos os benefícios. Elas são muito mais confortáveis para o funcionário aproveitar o seu tempo; haveria economia em refeições, que costumam ser caras em aeroportos; há possibilidade de tomar banho e relaxar com massagens; usufruir de um local mais silencioso; usar uma conexão de internet melhor; ter privacidade para fazer ligações, entre outros. Mesmo assim, o uso, pelo menos no Brasil, ainda não é muito difundido.

Segundo o gerente regional estratégico de Viagens na Philips Latam, Fernão Loureiro, a utilização é bem viável e possível, mas a grande barreira vem por parte do travel manager. “O produto é muito bom, representa possibilidade de economia e melhoria da experiência do viajante. Porém, outras prioridades são colocadas na frente e a implementação desta regra acaba ficando de lado”, explica.

Nos Estados Unidos essa prática é muito mais popular e, para o gestor, ainda falta muito para a tendência acontecer na América Latina. “Temos problemas estruturais maiores e os travel managers acabam focando em outras questões. Por outro lado, estamos sendo cada vez mais desafiados a pensar na experiência do viajante. Esta solução pode não ser a mais imediata, mas é um incentivador para pensarmos mais ainda no conforto de quem se desloca”.

Jhonatan Soares
Fernão Loureiro, gestor de viagens da Philips Latam
Fernão Loureiro, gestor de viagens da Philips Latam

Apesar de serem bons para quem viaja a lazer, os programas de fidelização das companhias aéreas podem apresentar um conflito de interesses para quem vai a trabalho. Eles ajudam bastante, dando acesso a qualquer sala vip que estiver credenciado, mas podem incentivar o viajante a usar o espaço da mesma empresa e ela acabar sendo sua preferencial.

“A maioria das políticas quer que o funcionário escolha a menor tarifa. Se ele for fidelizado a algum programa, ele passará a sempre utilizá-la, mesmo que ela não tenha o preço mais baixo”. Loureiro conta que este tema vem sendo uma luta de todos os gestores nos últimos anos.

Uma ideia que o gestor tem em relação aos programas é que aéreas ofereçam uma alternativa para as corporações, uma espécie de parceria. “Elas poderiam criar um programa, independentemente de o viajante ter um cartão de fidelização ou não, com lotes de, por exemplo, 50 acessos”. Dessa forma, não só vice-presidentes ou diretores poderiam usar – o uso da sala é justificado pelo cargo –, mas também gerentes e coordenadores que, muitas vezes, possuem assuntos tão confidenciais quanto a serem tratados em ambientes privativos.

A proposta não é difícil de ser incluída na política, uma vez que a empresa receberia os relatórios de quem faz a gestão e um acompanhamento seria possível. “Não é complicada de ser gerenciada, mas, sim, de ser implementada. Requer tempo, pois as regras precisariam ser criadas e as pessoas a serem elegíveis teriam que ser escolhidas”.

Além disso, tudo precisa ser alinhado com o pessoal do RH, marketing e jurídico, esclarece Loureiro. "Todo o processo é simples, mas demora, já que as dúvidas dos colaboradores precisam ser sanadas, as informações divulgadas nos canais de comunicação e há uma série de detalhes a serem resolvidos", finaliza.

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