Rodrigo Vieira   |   03/11/2021 14:15   |   Atualizada em 03/11/2021 14:19

Azul volta a falar sobre compra da Latam, desta vez o grupo inteiro

John Rodgerson garantiu que está pronto para fazer uma oferta pela totalidade do grupo concorrente


PANROTAS / Emerson Souza
John Rodgerson, CEO da Azul
John Rodgerson, CEO da Azul

A Azul Linhas Aéreas voltou a demonstrar interesse na compra da Latam. Desta vez, o CEO John Rodgerson afirmou que o interesse não é só pela operação brasileira da concorrente, mas pela sua totalidade, isto é, toda operação sul-americana. Em entrevista ao periódico chileno Diario Financiero, Rodgerson garantiu que está pronto para fazer uma oferta caso os credores não cheguem a um acordo no Chapter 11 da Latam, que está previsto para ser concluído no fim deste mês.

"Sabemos exatamente o que vamos propor", afirma o CEO da Azul. "Compraríamos todo o ativo. O grupo tem muito valor e uma oferta por toda a unidade é importante culturalmente, e é a melhor opção. Dividi-lo não está em nossos interesses", completou Rodgerson.

O executivo ainda disse ao Diario Financiero que a proposta da Azul geraria mais valor para os credores da Latam do que a prória concorrente propôs até aqui. Rodgerson acrescentou que a aprovação dos órgãos reguladores da região não seria um problema para a transação.

Uma fusão entre Azul e Latam mudaria o cenário da aviação na América Latina e faria desta nova companhia ter mais da metade da capacidade aérea sul-americana, onde o Brasil é de longe o maior responsável pelo tráfego. Em 2019, o Grupo Latam, que no Brasil é a principal companhia aérea em volume internacional, transportou quatro vezes mais passageiros do que a Azul.

Divulgação
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Além de Brasil e Chile, a Latam tem operação na Colômbia, no Equador e no Peru, com serviços internacionais que chegam a Austrália, Europa, Estados Unidos e África do Sul.

Neste ano, os líderes das companhias aéreas chegaram a trocar algumas rusgas. Jerome Cadier, CEO da Latam, afirmou que a Latam não venderia a operação do Brasil e criticou a postura da concorrente. Cadier ainda disse que o suposto interesse da Azul tinha a missão de subir a tarifa e atrasar seu processo de Chapter 11.

Procurada pela reportagem da PANROTAS sobre essa nova ofensiva da Azul, a Latam Airlines diz que não vai comentar o assunto.


*Fonte: Diario Financiero

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